Página inicial > Sophia Perennis > Perenialistas - Citações > Perenialistas Escrituras

Perenialistas Escrituras

sexta-feira 29 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro

  

PERENIALISTAS — ESCRITURAS

René Guénon: SÍMBOLOS DA CIÊNCIA SAGRADA
É preciso também notar que o "Livro do Mundo" é, ao mesmo tempo, a "Mensagem Divina" (Er-Risâlatul-ilâhiyah), arquétipo de todos os livros sagrados; as escrituras sagradas nada mais são que sua tradução em linguagem humana. Isso é afirmado de forma expressa com relação ao Veda   e ao Alcorão; a ideia do "Eterno Evangelho" mostra também que a mesma concepção não era inteiramente estranha ao cristianismo ou que, pelo menos, nem sempre o foi.
Por ter certa relação com o que estamos tratando, lembraríamos também o simbolismo islâmico da "tábua guardada" (el-lawhul-mahfúz), protótipo "intemporal" das Escrituras sagradas que, a partir do mais alto dos céus, desce verticalmente atravessando todos os mundos.
O Pardes, representado simbolicamente como um "jardim", deve ser aqui considerado como a figuração do domínio do conhecimento superior e reservado: as quatro letras, P R D S, relacionadas aos quatro rios do Éden, designam então, respectivamente, os diferentes sentidos contidos nas Escrituras sagradas e aos quais correspondem igual número de graus de conhecimento. É evidente que aqueles que "devastaram o jardim" só haviam alcançado um grau em que ainda é possível extraviar-se.
Lembraríamos a propósito o que indicamos antes quanto à correspondência dos diferentes graus de conhecimento com os sentidos mais ou menos "interiores" das Escrituras sagradas; é evidente que se trata de uma coisa que nada tem em comum com o saber inteiramente exterior, que é tudo o que pode fornecer o estudo de uma língua profana, e até mesmo, acrescentaríamos, de uma língua sagrada por meio de processos profanos tais como os utilizados pelos linguistas modernos.

APRECIAÇÕES SOBRE A INICIAÇÃO
Se, para poder chamar-se iniciado, bastasse lendo livros, embora sejam as Escrituras sagradas de uma tradição ortodoxa, acompanhadas inclusive, caso se queira, de seus comentários mais profundamente esotéricos, ou pensando mais ou menos vagamente em alguma organização passada, ou presente, à qual alguém atribui complacentemente, e tão mais facilmente quanto pior conhecida seja, seu próprio «ideal» (esta palavra que se emprega em nossos dias para qualquer propósito, e que, significando tudo o que se quer, no fundo, não significa nada), seria verdadeiramente muito fácil;...

Frithjof Schuon  : O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA
Há casos em que convém colocar a historicidade entre parênteses, já que nem sempre é possível, em suma, provar a não-historicidade de pessoas ou acontecimentos situados na noite de um passado inacessível. Além disso, é um preconceito irrealista levar em conta apenas os documentos escritos e desprezar as tradições orais, ou mesmo ignorar sua existência ou possibilidade. Quando tratamos dos antigos cultos historicamente mal fundamentados, mas solidamente enraizados e, portanto, eficazes, deve-se "não intervir" no Espírito Santo ou na barakah, como diriam os muçulmanos, e não ceder à tentação — muitas vezes, inspirada por um complexo de inferioridade — de querer pôr os pingos nos is. Deve-se ter o sentido da mensagem concreta dos fenômenos sagrados e confiança na força paraclética e carismática que anima o corpo da religião, já mencionada mais acima. Tudo isto é ainda mais plausível, porquanto o Céu gosta, ao lado de sua clareza, de certa indeterminação ou assimetria, como provam muitos elementos das religiões e, acima de tudo, as próprias Escrituras.

Ananda Coomaraswamy  : O QUE É CIVILIZAÇÃO?
...os ritos metafísicos ou mistérios (que são uma imitação dos meios empregados pelo Pai para conseguir a Sua própria reintegração e cuja necessidade é ocasionada pela incontinência do ato da criação) são, da mesma maneira que as escrituras tradicionais análogas, destinadas a proporcionar ao indivíduo a instrução preparatória e os meios de operação intelectual; mas a "Grande Obra", que é conseguir reunir a essência com a Essência, tem de ser feita por ele mesmo dentro de si mesmo.
Vox populi vox Dei; não porque é a palavra do povo, e sim porque é a d’Ele, ou seja, a "palavra de Deus" que reconhecemos nas Escrituras, mas deixamos de perceber no conto de fadas que recebemos da nossa mãe e denominamos "superstição", o que de fato é no sentido básico da palavra, assim como na qualidade de "tradição" que "nos foi transmitida".
Quanto aos ornamentos, podemos dizer com Clemente de Alexandria  , que observa que o estilo das Escrituras é parabólico e assim tem sido desde a antiguidade e diz que "a profecia não emprega formas figurativas nas expressões simplesmente por amor à beleza de dicção" (Misc. VI. 15);...

Leo Schaya  : TORÁ E CABALA  

Raimon Arola: LA MITOLOGÍA COMO FILOSOFÍA SECRETA

León Hebreo fue un claro exponente del hermetismo que floreció en Europa durante el siglo XVI, cuando la tradición clásica y la cábala judía se unieron, a nuestro entender, definitivamente. Los cabalistas hebreos proponen los mismos niveles de lectura de la Escritura. E.H. resume sus explicaciones de la manera siguiente:

«Observemos que en hebreo la palabra Paraíso (PaRDeS) está compuesta por las primeras letras de las cuatro palabras que se refieren a los cuatro sentidos de la Escritura. 1-Pashat: el sentido sencillo; 2-Remez: la alusión (el signo); 3-Derash: la explicación; 4-Sod: el secreto. Y los cuatro juntos constituyen el Paraíso. No se trata de cuatro sentidos distintos, puestos que están todos vinculados al "secreto". Son como los peldaños que conducen a él. Incluso el primer sentido, el sentido sencillo, ya transmite le secreto. Hallar el Paraíso es leer la Escritura como debe ser leída. Aquel que lo consigue vuelve al Paraíso. Entrar en él equivale a poseer los Nombres de Dios, es haber revivificado el texto sagrado y haberlo penetrado. He aquí el Paraíso. No hay otro».