Excerto de FLUSSER, Vilém. Da dúvida. São Paulo: É Realizações, 2018, p. 11-14
A dúvida da dúvida é um estado de espírito fugaz. Embora possa ser experimentado, não pode ser mantido. Ele é sua própria negação. Vibra, indeciso, entre o extremo: “Tudo pode ser duvidado, inclusive a dúvida” e o extremo “Nada pode ser autenticamente duvidado”. Com o fito de superar o absurdo da dúvida, leva esse absurdo ao quadrado. Oscilando, como oscila, entre o ceticismo radical (do qual duvida) e um positivismo ingênuo (...)
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exagoges / ἐξαγωγή / autoktonía / αὐτοκτονία / suicídio / matar-se
ἐξαγωγή, exagoges = suicídio, lançar mão de sua vida. gr. αὐτοκτονία, autoktonía = suicídio, violência contra si mesmo. Plotino trata no Tratado 16 .
Matérias
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Flusser (D:11-14) – a dúvida da dúvida
6 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Plotino - Tratado 16,1 (I, 9, 1) — Sobre o suicídio razoável
10 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: O suicídio não é admissível, a menos que seja absolutamente necessário. 1-7. É preciso esperar a dissolução natural do corpo, para que a alma seja verdadeiramente livre. 7-14. O suicídio é o resultado de paixões que é preciso dominar; deve-se portanto tentar evitá-lo, a menos que seja verdadeiramente necessário. Se tomado de loucura, o sábio pode aceitar o suicídio como necessário. 14-15. O suicídio pelo envenenamento é perigoso para a alma. 15-17. O tempo da morte é fixado pelo destino, e não é (...)
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Rosset (RD:13-18) – a ilusão cega
12 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de ROSSET, Clément. O real e seu duplo. Ensaio sobre a ilusão. Tr. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008, p. 13-18.
Nada mais frágil do que a faculdade humana de admitir a realidade, de aceitar sem reservas a imperiosa prerrogativa do real. Esta faculdade falha tão frequentemente que parece razoável imaginar que ela não implica o reconhecimento de um direito imprescritível — o do real a ser percebido —, mas representa antes uma espécie de tolerância, condicional e provisória. (...) -
Schopenhauer (MVR1:138-141) – Razão Prática
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 138-141]
Jair Barboza
Após as considerações sobre a razão enquanto faculdade especial e exclusiva do homem, e sobre aqueles fenômenos e realizações próprios da natureza humana, falta ainda falar da razão na medida em que conduz a ação das pessoas, portanto, podendo nesse aspecto ser denominada PRÁTICA. Porém, o que aqui será mencionado encontra em grande (...) -
Barbuy: Kierkegaard (1) - Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroNotas de uma palestra pronunciada na “Semana de Kierkegaard”, sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Filosofia e da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de S. Paulo, publicadas na “Revista Brasileira de Filosofia”, vol. VI, fasc. 1, 1956. BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 181-188
A teoria do desespero em Kierkegaard demonstra que o drama do espírito humano não tem apenas raízes psicológicas, mas radica também no próprio ser do homem; o (...) -
Barbuy: Kierkegaard (2) - Formas do Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroNotas de uma palestra pronunciada na “Semana de Kierkegaard”, sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Filosofia e da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de S. Paulo, publicadas na “Revista Brasileira de Filosofia”, vol. VI, fasc. 1, 1956. BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 181-188
I — O ego é primeiramente uma síntese consciente de infinito e de finito, que se relaciona consigo mesma e cujo fim é tornar-se ela mesma, o que só pode fazer (...) -
Matgioi (VM:92-95) – liberdade
23 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroMATGIOI. La Voie métaphysique. Paris: Éditions traditionnelles, 1980, p. 92-95
original
On se rappelle que nous l’avons démontré : la liberté des êtres n’existe pas, en tant que parcelles et que fonctions de l’évolution universelle. La liberté absolue, qui contient celle de contrarier les desseins de la volonté du ciel, est exclusive de cette volonté, et de Dieu. — Mais nous avons fait pressentir une certaine liberté de l’individu. Et voici, que la mathématique nous montre que dans le circulus vital (...) -
Giuseppe Lumia: Camus
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
O encontro de filosofia e literatura, típico do existencialismo francês, tem em Albert Camus (1913-1960) o seu mais alto representante. Mas se Sartre é mais filósofo que literato, de modo que os seus dramas e romances aparecem como exemplificações da sua filosofia, Camus é, pelo contrário, mais literato que (...) -
Schopenhauer (MVR1:361-365) – o presente
22 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 361-365]
Antes de tudo temos de reconhecer distintamente que a forma do fenômeno da Vontade, portanto a forma da vida ou da realidade, é, propriamente dizendo, apenas o presente, não o futuro, nem o passado. Estes últimos existem só em conceito, somente em conexão com o conhecimento, na medida em que este segue o princípio de razão. Homem algum viveu no passado e (...) -
Lewis Anjos
28 de marçoEXISTÊNCIA DOS ANJOS Poderia parecer desnecessário (mas não o é) acrescentar que a crença na existência dos anjos, tanto bons como os maus, não significa admitir a forma de sua representação quer na arte, quer na literatura. Os diabos são retratados com asas de morcego e os anjos bons com asas de pássaros, não porque alguém afirme que a depravação moral haveria de transformar penas em membranas, mas porque a maioria dos homens gosta mais dos pássaros do que dos morcegos. As asas lhes são atribuídas apenas (...)
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Islã Moral
28 de marçoA questão da moral muçulmana Da separação nítida, no Islã, entre o homem como tal e o homem coletivo, e no entanto há solidariedade Porque o muçulmano não abandona, como o fazem o hindu e o budista, os ritos exteriores em função de tal método espiritual podendo os compensar? Do caráter meritório da sexualidade no Islã A persuasão desempenhou um papel bem maior que a guerra na expansão do Islã Equilíbrio e união no Islã
Deve-se mencionar aqui a questão da moralidade muçulmana. Se quisermos entender certas (...) -
Boehme Quotes I
29 de marçoRetiradas da tradução oferecida pela SCA
Boehme Quotes - Citações por capítulo do livro
"Ó, quão perto está Deus de todas as coisas. No entanto, nada pode compreendê-lo, a menos que esteja tranquilo e entregue sua vontade própria à Ele. Se isso for realizado, então a vontade de Deus estará agindo através da instrumentalidade de todas as coisas, como o sol que age por todo o mundo". (Mysterium Magnum..., 45).
"Por que não podemos ver a Deus? Este mundo e o demônio (bem pervertido) na cólera de Deus nos (...) -
Zostriano
28 de marçoExcertos de do livro de R. Kuntzmann e J.-D. Dubois, trad. de Álvaro Cunha Zostriano (VIII,1) Apesar de seu lastimável estado de conservação, este tratado, o mais longo de toda a coleção, nos apresenta exemplo interessante de gnose fundada em ideias filosóficas e em descrição mitológica do pleroma celeste. O nome de Zostriano lembra o de Zoroastro, da religião do antigo Irã. Zostriano conta sua ascensão celeste até chegar ao Tríplice Espírito todo-poderoso e invisível. O seu relato de viagem oferece (...)
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Boehme Caminho
29 de marçoCitações de referências ao "caminho" Retiradas do estudo de Franz Hartmann sobre Boehme.
"O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve (...) -
Couliano Psychanodia Intro
28 de marçoIntrodução O livro de Couliano se propõe como crítica às teorias da religionsgeschichtliche Schule (Anz, Bousset, Reitzenstein, Franz Cumont, etc.) sobre a ascensão da alma durante a Spätantike (baixa antiguidade).
A fórmula definitiva dessas teorias é dada por Wilhelm Bousset, afirmando em substância: a origem da ascensão celeste é iraniana; sob este tipo originário, a ascensão se desenrola através três céus; mais tarde, sob a influência babilônica, um esquema de sete céus substitui o anterior de três; (...) -
rasha
28 de marçoNo caminho da iniquidade não tardamos a encontrar o príncipe das trevas. O Saltério constitui-lhe um documento de identidade temível, que comporta nada menos de cento e doze nomes, sobrenomes, títulos e qualidades. Essencialmente ele é o rasha, o que não pode encarar o julgamento de Elohims, o perverso, o criminoso. Não um homem particular, mas a entidade do mal, sob todas as suas faces. O salmista o descreve como sendo o Adão do mal, o inimigo, o mentiroso, o insensato, o poderoso, o touro de (...)
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Mario Ferreira dos Santos Platon Resumo
29 de marçoPlatão (428-347 a. C.) Foi discípulo de Sócrates, o qual aparece como principal interlocutor em quase todas as suas obras dialogais.
Após a morte de Sócrates, viajou pelo Egito, Cirene, a Grande Grécia, entrando em contato com as filosofias egípcias, a pitagórica e a eleática. Em 387, fundou em Atenas, perto do ginásio de Academos, sua escola (Academia), dedicando-se daí em diante, ao ensino e à composição de suas obras. Antes de Sócrates, teve por mestre Crátilo, que seguia a doutrina de Heráclito, (...) -
Salmos
28 de marçoExcertos da introdução de André Chouraqui a sua tradução dos Salmos, "Louvores", Imago, 1998
A exegese hebraica nos oferece talvez a chave do plano que inspirou a composição do Psalterium - Saltério, quando sugere que a doutrina dos cinco livros dos Salmos é a mesma que a dos cinco livros de Moshè - o Pentateuco - dos quais são o comentário sinfônico. Um grande rigor parece ter presidido à classificação dos Salmos no interior da compilação, tal como a conhecemos hoje.
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Desde o século XI, este livro (...) -
Merton Vida Contemplativa
29 de marçoA RAZÃO NA VIDA CONTEMPLATIVA São João da Cruz começa a Subida do Monte Carmelo afirmando que a alma não poderá chegar à união - união com Deus sem entrar nas "trevas" com respeito a tudo que possa ser conhecido e desejado tanto pelos sentidos como pela nous - inteligência e a vontade. Quer isto dizer que em certo sentido a pistis - fé e a theoria - contemplação "escurecem" e "cegam" a dianoia - razão. Nenhum conceito claro e inteligível de Deus pode delimitar o seu Ser como Ele é realmente em si (...)
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Centeno Goethe Fausto
28 de março"Mas este aprendeu, irá ensinar-nos." Goethe, Faust
A magia, como têm observado os seus estudiosos, constitui um universo coerente de ideias, uma representação global do homem e do mundo, semelhante, pela função, à das concepções religiosas, tradicionais e oficiais, embora se desenvolva à margem delas. É a angústia da consciência inquisidora das razões e dos mistérios do universo que se projecta na magia, enquanto forma útil de apreensão e domínio desse mesmo universo.
«A um mundo superior dominado (...)