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quietude etc

  

hesychia / ἡσυχία / hēsukhíā / ἥσυχος / ἡσυχαστής / ἡσυχάζω / calma / quietude / νήψις / nepsis / nipsis / vigilância / sobriedade / sigao / σιγάω / silenciar / silêncio / hesicasmo / hesicasta / samatha / nirodho

gr. ἡσυχία, hesychia = tranquilidade, calma, repouso, quietude, paz, mansidão, silêncio, solidão. Significa o retiro do criado, a abstenção.


Nos escritores espirituais, como São Gregório do Sinai ou São Simeão, o Novo Teólogo, as virtudes são descritas como sínteses concisas e transparentes da alma à vista de uma verdade divina, por não ter o conteúdo puramente psicológico da virtude mais que um valor provisório, o que difere singularmente das análises da alma na maioria dos místicos latinos pós-medievais. Pode-se lembrar que, para Plotino  , a virtude é um intermediário entre a alma e a inteligência.

(O hesicasmo — termo que designa um estado complexo de silêncio, solidão e paz — foi um dos núcleos depositários da tradição cristã. "Seu centro de difusão foi primeiro o monte Sinai, de onde emigrou para o monte Athos. . . A partir do século IV, seguindo o exemplo de Santo Antônio, alguns anacoretas se retiraram para as ermidas dos desertos do Egito e da Capadócia." Seus representantes mais qualificados são Evágrio o Pôntico, João Clímaco, Simão o Novo Teólogo e, posteriormente, Gregório Palamas — morto em 1359.)

O método espiritual do hesicasmo se baseia fundamentalmente na "oração do coração". Pode-se consultar El Esoterismo, de Luc Benoist  , págs. 101a 104, Editora Nova, Buenos Aires, 1969; e El Peregrino Ruso, Editorial de Espiritualidad, Triana, Nove, Madrid-16. Em francês existe uma excelente seleção de textos hesicastas com o título Petite Philocatie de la Prière du Coeur, Editions du Seuil, Paris, 1968. Sobre Santo Gregório Palamas pode-se consultar Saint Grégoire Palamas et ha Mystique Orthodoxe, Jean Meyendorff, Col. Maitres Spirituel, Editions du Seuil, Paris, 1959 — (nota da tradução espanhola). [TBEI]


O hesicasmo, ainda que claramente esotérico, mantém uma distinção, aparentemente irredutível, entre a "luz incriada" e o intelecto (nous), faculdade humana, portanto criada, mas criada para conhecer essa Luz. A "identidade essencial" se expressa nesse caso pela imanência da "Luz incriada", por sua presença no coração. A distinção entre o intelecto e esta Luz preserva, metodicamente, da confusão "luciferina" do órgão intelectual com o Intelecto Divino. O Intelecto Divino, imanente ao mundo, pode ser concebido, inclusive, como o "vazio", pois o Intelecto, que "apreende" tudo, não pode ser "apreendido". A intrínseca ortodoxia deste critério, que é o do Budismo, se afirmará tanto quanto a realidade essencial de cada coisa se identifica com este vazio (sunya). [TBEI]