Filosofia – Pensadores e Obras

saber

(in. Knowing, To know; fr. Savoir; al. Wissen; it. Saperé).

Este verbo substantivado é usado com dois significados principais:

1) Como conhecimento em geral, e neste caso designa: qualquer técnica considerada capaz de fornecer informações sobre um objeto; um conjunto de tais técnicas; ou o conjunto mais ou menos organizado de seus resultados. W. James aceitou a distinção estabelecida por J. Grote (Exploratio philosophica, 1856, p. 60) entre conhecer uma coisa, uma pessoa ou um objeto qualquer (que significa ter certa familiaridade com esse objeto), e saber algo a respeito do objeto (o que significa ter dele um conhecimento talvez limitado, mas exato, de natureza intelectual ou científica) (The Meaning of Truth, 1909, pp. 11-12). Mas essa distinção difundiu-se especialmente na forma dada por Russell em famoso artigo de 1905: “A distinção entre experiência direta (acquaintance) e conhecimento sobre (knowledge about) é a distinção entre as coisas que nos estão imediatamente presentes e as que nós alcançamos apenas por meio de frases denotativas” (“On denoting”, 1905, em Logic and Knowledge, 1956, p. 41). Tal distinção constituiu um dos pontos altos da doutrina do Círculo de Viena; embora Carnap tenha reconhecido desde logo suas dificuldades (“Testability and Meaning” in Readings in the Philosophy of Science, 1953, pp. 48 ss.) ela continuou sendo e ainda é o pressuposto de muitas doutrinas, inclusive a de Carnap (v. experiência).

2) Como ciência, ou seja, como conhecimento cuja verdade é de certo modo garantida (para este significado v. ciência). [Abbagnano]


(do lat. sapere, ter gosto, ter perspicácia), qualquer forma de conhecimento. — Distingue-se duas formas gerais de saber, segundo trate-se das ciências da natureza ou das ciências do homem: à primeira, puramente intelectual, pode encontrar uma formulação matemática (a formulação matemática das “leis” da natureza é a forma mais perfeita do saber); a segunda requer “compreensão”, que é da ordem do sentimento: a “simpatia” é, segundo Max Scheler, a forma mais penetrante e mais adequada do saber no que concerne aos fenômenos humanos. O saber filosófico, ou compreensão reflexiva, une esses dois tipos de saber (é um saber que se exprime “conceitualmente” e requer entretanto uma “compreensão” espiritual a partir de seu sentimento individual, um “sentimento” evidência). (V. epistemologia, filosofia, ciência.) [Larousse]


SABER em geral significa: ter determinados juízos em poder do próprio espírito para reprodução arbitrária, juízos estes que têm algum tipo de fundamento suficiente do conhecer exterior a si mesmos, isto é, são VERDADEIROS. Assim, apenas o conhecimento abstrato é saber; e, desde que este é condicionado pela razão, não podemos propriamente dizer que os animais SABEM algo, embora tenham conhecimento intuitivo, e, em medida correspondente, também recordação e até mesmo fantasia, como comprovam os seus sonhos. Atribuímos aos animais consciência, conceito este que, embora seja derivado de saber, coincide com o de representação em geral, não importa o seu tipo. Eis por que atribuímos vida às plantas, mas não consciência. – SABER, numa palavra, é a consciência abstrata, o ter fixo em conceitos da razão aquilo que foi conhecido em geral de outra maneira. [Schopenhauer, MVR1:99]