Categoria: Schopenhauer, Arthur

  • Tampouco a explanação fisiológica da vida vegetativa (functiones naturales, vitales), por mais longe que vá, pode suprimir a verdade de que toda vida animal a se desenvolver nesses moldes é ela mesma fenômeno da vontade. MVR1: Livro II §20 Os motivos não determinam o caráter do homem, mas tão-somente o fenômeno desse caráter, logo as…

  • Portanto, enquanto cada homem deve ser visto como um fenômeno particularmente determinado e característico da Vontade, em certa medida até mesmo como uma Ideia própria, nos animais, ao contrário, o caráter individual falta por completo, posto que apenas a espécie possui [193] significação própria. MVR1: Livro II §26 Todos os fenômenos desta são exteriorizações de…

  • Com isso tem de assumir que seu corpo é o único indivíduo real no mundo, o único fenômeno da vontade, o único objeto imediato do sujeito. – MVR1: Livro II §19 Se, contudo, abstraio o meu caráter e pergunto por que em geral quero isso e não aquilo, então resposta alguma é possível, justamente porque…

  • Em consequência, estaria sempre numa renovada incompreensão quem não fosse capaz de levar a bom termo a aqui exigida ampliação do conceito de vontade, entendendo por esta palavra tão-somente a espécie designada até agora pelo termo, acompanhada de conhecimento segundo motivos, e motivos abstratos, logo, exteriorizando-se a si mesma sob a condução da faculdade racional…

  • Na maioria das vezes verá, entrementes, que a aparência de tal coisa se faz valer no mundo e goza o seu dia: e isso está em ordem. MVR1: Prefácio 2a ed Pois, unir a coisa com a aparência da coisa é difícil, quando não impossível. MVR1: Prefácio 2a ed A ilusão se dá quando um…

  • Se por um lado os governos transformam a Filosofia num meio para seus fins estatais, por outro os eruditos veem no professorado filosófico um ganho que os nutre como qualquer outro; portanto, acotovelam-se em torno do governo sob a proteção da boa maneira de pensar, vale dizer, a intenção de servir àqueles fins. E cumprem…

  • Ora, na medida em que a Vontade expõe aquela AUTO-AFIRMAÇÃO do próprio corpo em inumeráveis indivíduos, um ao lado do outro, essa auto-afirmação, em virtude do egoísmo inerente a todos, vai muito facilmente além de si mesma até a NEGAÇÃO da mesma Vontade que aparece em outro indivíduo. De fato, a vontade de um invade…

  • De acordo com o que foi dito acima (vide (breve221)), o sujeito do conhecer nunca pode ser conhecido, nem jamais se tornar objeto, representação. Todavia, uma vez que não temos apenas um autoconhecimento externo (na intuição sensível), mas também um autoconhecimento interno, e que todo conhecimento, em consequência de sua essência, pressupõe um conhecido e…

  • Às vezes muitas APARÊNCIAS DA VONTADE entram em conflito nos graus mais baixos de sua objetivação, portanto no reino inorgânico, quando cada aparência quer apoderar-se da matéria existente servindo-se do fio condutor da causalidade; assim, desse conflito emerge a aparência de uma ideia mais elevada que domina todas as ideias mais imperfeitas que antes ali…

  • Eis o diálogo que Schopenhauer imagina entre ele mesmo e a consciência ingênua: A consciência ingênua: “Eu posso fazer o que eu quiser. Se eu quiser ir para a esquerda, vou para a esquerda. Se eu quiser ir para direita, vou para direita. Depende apenas da minha boa vontade: logo, sou livre. “[Ensaio sobre Livre…

  • O que Schopenhauer recomenda é uma “atitude do como se” (Haltung des Als-ob); em linguagem moderna, poderia ser expressada: “Você não tem mesmo nenhuma chance, mas aproveite o que aparecer!” Essa “felicidade” (Gluck) relativa — de onde poderia vir? Schopenhauer enumerava três fontes. Provém, em primeiro lugar, “daquilo que se é” (was einer ist); em…

  • A “filosofia da reflexão”, que desenvolvia a totalidade da vida humana e da natureza a partir das estruturas identificadas no espírito, iniciada por Fichte e chegando até Hegel com intensidade crescente, havia atribuído ao processo histórico a tarefa de levar o espírito a descobrir-se a si mesmo. A história humana foi interpretada como a realização…

  • Arthur herdou o brio, a sobriedade, o orgulho e a lucidez de seu pai. Sua altivez abrupta e fria arrogância também recebeu dele. A consciência de sua própria dignidade e seu amor-próprio tão fortemente desenvolvido não puderam ser abrandados pelo carinho materno, porque Johanna tinha de fazer um grande esforço para obrigar-se a sentir amor…

  • Aristóteles [Et. Nic., I. 8] divide as bênçãos da vida em três classes: as que nos vêm de fora, as da alma e as do corpo. Não mantendo nada dessa divisão além do número, observo que as diferenças fundamentais na sorte humana podem ser reduzidas a três classes distintas: (1) O que um homem é:…

  • 21. Quem, mediante todas essas considerações, compreendeu in abstracto, de maneira evidente e certa, que aquilo que cada um possui in concreto imediatamente como sentimento, a saber, a essência em si da própria aparência — que se expõe como representação tanto nas ações quanto no substrato permanente destas, o corpo — é a VONTADE, que…

  • Os sistemas que partem do objeto sempre tiveram o mundo intuitivo inteiro, e sua ordenação, como problema; contudo, o objeto que tomam como ponto de partida nem sempre é este mundo, ou seu elemento fundamental, a matéria: antes, é possível fazer uma classificação de tais sistemas conforme as quatro classes de objetos possíveis estabelecidas no…

  • Dessa forma, o duplo conhecimento, dado de dois modos por completo heterogêneos e elevado à nitidez, que temos da essência e fazer-efeito de nosso corpo será em seguida usado como uma chave para a essência de toda aparência na natureza; assim, todos os objetos que não são nosso corpo, portanto não são dados de modo…

  • 20. A VONTADE, como foi dito, dá sinal de si primariamente nos movimentos voluntários do corpo como a essência em si deles, isto é, como aquilo que o corpo é tirante o fato de ser objeto de intuição, representação. Os movimentos do corpo não passam da visibilidade dos atos isolados da vontade, surgindo imediata e…

  • 22. Essa COISA EM SI, que enquanto tal jamais é objeto, porque todo objeto é apenas sua aparência e não ela mesma, se pudesse ser pensada objetivamente, teria de emprestar nome e conceito de um objeto, de algo dado de certa forma objetivamente, por consequência de uma de suas aparências: esta, contudo, em apoio à…

  • O sujeito que conhece é indivíduo exatamente em sua referência especial a um corpo que, considerado fora de tal referência, é apenas uma representação igual a qualquer outra. No entanto, a referência em virtude da qual o sujeito que conhece é INDIVÍDUO se dá exclusivamente entre ele e uma única de suas representações; daí, portanto,…