Filosofia – Pensadores e Obras

riso

gr. γέλως [gelos]; al. Lachen; ing. laughter

Rep., 606c2 e 606c5. Sobre o sentido do riso em Platão, cf. G. J. de Vries, «Laughter in Plato’s Writings», Mnem., 38, (1985), pp. 378-381, em conexão com Filebo, 47b, onde a «theory of laughter […] is a link in a discussion of ‘mixed’ feelings», nomeadamente com φθόνος [phthonos], o que indicia uma situação de riso inspirada pelo ridículo (p. 379); ou então a diferenciação entre καταγέλαστος [katagelastos] «which is always unfavourable» e γελοῖος [geloios] «which often means ‘funny’, ‘amusing’» (p. 381). [CaeiroArete:92]


De fato, o riso origina-se sempre e sem exceção da incongruência subitamente percebida entre um conceito e os objetos reais que foram por ele pensados em algum tipo de relação, sendo o riso ele mesmo exatamente a expressão de semelhante incongruência. Esta aparece muitas vezes quando dois ou mais objetos reais são pensados por um conceito, e a identidade do conceito é transmitida a eles; todavia, uma completa diferença dos objetos noutros aspectos torna evidente que o conceito só lhes era adequado de um único ponto de vista. Porém, muitas vezes é um único objeto real cuja incongruência com o conceito, ao qual foi corretamente subsumido em um de seus aspectos, é subitamente sentida. Quanto mais correta, de um lado, é a subsunção de tais realidades ao conceito e, de outro, quanto maior e mais flagrante é a sua inadequação com ele, tanto mais vigoroso é o efeito do risível que se origina dessa oposição. Todo riso, portanto, nasce na ocasião de uma subsunção paradoxal e, por conseguinte, inesperada; sendo indiferente se é expressa por palavras ou atos. Essa é, resumidamente, a explanação correta do risível. [Schopenhauer, MVR1:109]