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quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Imagem/cópia (eidôlon, eikasia, eikôn)

A relação entre modelo e cópia (original e imagem) é frequentemente aduzida nos diálogos como um modo exemplar de pensar a relação de participação entre os fenômenos individuais sensivelmente experienciáveis e a ideia intelectualmente cognoscível (o assim chamado paradigmatismo platônico; cf. Parm. 132c-d). As palavras gregas encontradas sob o significado “cópia, imagem” — eikôn (imagem), eidôlon (imagem, aparência), phantasma (aparência, aparição) e mimêma (imitação, cópia) — são fundamentalmente sinônimas (Sof. 241e; a delimitação terminológica entre eikôn, “imagem fiel”, e phantasma, “imagem enganosa”, em Sof. 236a-c permanece isolada e sem consequências). A palavra de Platão para “modelo” é paradeigma (Tim. 29b; Eutíf. 6e et passim), mas também muitas vezes a “imagem” tem como antítese “a verdade” (alêtheia, Banq. 215a etc.), “o verdadeiro” (alêthes, Banq. 212a; Rep.   533a etc.) ou “a coisa mesma” (auto, Sof. 266c etc.). Portanto, a imagem é, desde o início, concebida como algo que se desvia da verdade, algo não verdadeiro e, por conseguinte — por causa da equiparação platônica entre o verdadeiro e o ser real (ontôs on) —, como não-ser, o que produz para o conceito de imagem uma série de problemas ontológicos e epistemológicos. Além disso, imagem (eikôn) ou “exemplo” (paradeigma, sinônimo nessa acepção de eikon) é uma designação platônica para as alegorias dos diálogos (por exemplo, Rep. 515a, sobre a alegoria da caverna; cf. também semelhança, mimese, participação [methexis]). [SHÄFER]