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contemplação

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Enéada III,8 começa com um ensinamento que é, e pretende ser, inovador e chocante. A Natureza contempla. A natureza em árvores, plantas, e a terra contemplam. Além do mais, a natureza produz árvores, plantas e a terra pela contemplação. A contemplação é assim produtiva — produtiva de realidades substanciais e concretas.

Examinar a doutrina de Plotino   da «natureza como contempladora» por extenso significará um reavaliar toda sua filosofia. Pois esta doutrina, embora assentada em seu próprio relato, estabelece o palco para o desenvolvimento nos capítulos subsequentes da Enéada III,8, onde Plotino acompanha a contemplação através das familiares três hipóstases de seu «sistema» (a Alma, a Inteligência e o Uno), aparentemente equacionando contemplação com produção do inferior em cada caso, exceto no caso do Uno (Enéada III, 8, 5-11). A Natureza, a «parte» mais baixa da Alma do Mundo, ela mesma foi produzida pela atividade contemplativa da Alma do Mundo propriamente. A Alma do Mundo foi produzida, assim parece, pela atividade contemplativa do Noûs (a Inteligência). Só o Uno está além da dualidade do conhecimento, assim parece não contemplar, e produz o Noûs de maneira diferente. Em todos os outros casos, a produção vem através da contemplação. [John Deck  , Nature, Contemplation and the One]