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Valentino / Valentim / Valentín / Valentin / Valentinus / Valentinius

  

Valentinus / Valentinius (100 – 180)

Madeleine Scopello

Valentino é um personagem de múltiplas facetas: teólogo de primeira ordem, exegeta refinado, filósofo pleno e também poeta. Nascido no Egito por volta dos anos 100, completou seus estudos em Alexandria. Por volta de 140 segue para Roma onde vive durante vinte anos, assumindo responsabilidades no seio da Igreja. deveria se tornar bispo, mas rompe com Igreja por volta de 160; acredita-se devido a suas teorias que começaram a desagradar os eclesiásticos. Parte para Chipre onde funda uma escola. O final de sua vida é desconhecido.

Em uma linguagem hermética por sua concisão, Valentino evoca através de um complexo mito, o núcleo de seu pensamento. A notícia constante de Irineu de Lião   e de Hipólito  , sobre seu pensamento, não facilitam o entendimento deste drama cósmico, posto que se trata de um mito simbólico destinado ao grupo de adeptos que já tinham assimilado o curso de ensino do mestre e assim estavam prontos a escutar a revelação.

Esta revelação concerne o mundo superior, que os gnósticos   denominam Pleroma (literalmente plenitude). No topo do Pleroma há uma díade cujos dois termos são o Inexpressável e o Silêncio. Eles constituem o par (sizígia, gr. syzygia, na linguagem técnica da gnose) cujo um membro é masculino (deus) e o outro feminino (Sigé, silêncio em grego, é feminino). Esta díade emite uma segunda sizígia composta por um elemento masculino, o Pai, e um elemento feminino, a Verdade. Tem-se assim uma tétrade igualmente prolífica, pois ela emite quatro outras entidades: o Logos (Palavra), a Vida, o Homem e a Igreja. Estamos então com oito elementos, a ogdoada está constituída. Esta ogdoada emite, ela mesma, outras entidade, até o número de trinta.

A trigésima entidade é feminina. Elea se denomina Sabedoria (em grego, Sophia). E com ela começam os problemas no Pleroma. Sophia esquiva-se sob a pressão de seu parceiro Theleto (limite, em grego) sendo presa de uma violenta paixão cujo objeto é o Pai. Ela compromete a ordem serena das entidades do Pleroma. Pecado de amor e de temeridade! Sophia corria o risco de ser engolida pela doçura do Pai e de se dissolver na substância universal. Intervém então seu parceiro inicial, Limite, guardião da ordem do Pleroma, que conduz Sophia a seu lugar. Todavia, o desejo que ela havia concebido não se acaba. Ele se torna substância, caindo ele se constitui no início da criação.

Nascida do desejo, a criação vai se desdobrar sob o signo da imperfeição e da desordem. Nela, a alma é prisioneira. Todavia, a sede de conhecimento que havia movido Sophia no mundo do alto permanece impressa na alma tal uma marca: este desejo de conhecer é o primeiro passo para a liberdade e o retorno à pátria celeste.

O mito de Sophia constitui uma das chaves da especulação gnóstica; foi retomado, estudado e analisado nas escolas de Valentino onde se enriqueceu, ao longo do tempo, de adições e de variantes. [Les gnostiques]


Duas escolas teológicas estudam e desenvolvem o pensamento de Valentino: a escola ocidental e a escola oriental.

A primeira é ilustrada por Ptolomeu e Heracleon  . Alexandrinos de nascimento, ensinam em Roma.

A escola oriental toma pé no Egito e na Síria. Menos conhecida que a escola ocidental, é marcada por dois pensadores: Teodoto e Marcos o Mago.

José Montserrat Torrents

Valentín era originario de Egipto. Según Clemente de Alejandría  , fue discípulo de Teudas, quien lo fue, a su vez, de Pablo. Pasó a Roma bajo el pontificado de Higinio (136-140), más o menos en las mismas fechas que Cerdón. Parece que, durante el pontificado de Pío (140-155) y Aniceto (155-166), Valentín era un maestro reconocido, permaneciendo en comunión con la Iglesia romana. Tertuliano   pretende que rompió con la jerarquía de Roma por despecho, pues aspiraba al episcopado, pero la especie no merece crédito. De hecho, Justino, que estaba en Roma durante este período, denunció a Marción, pero no menciona a Valentín entre los herejes. El hecho es perfectamente explicable. Los valentinianos, como Platón y Aristóteles  , tenían un lenguaje para el público en general y otro para los iniciados de la escuela. Su doctrina exotérica se adaptaba a la regla de fe de la Iglesia episcopal. Fue Ireneo quien puso mano en los escritos internos de la escuela y denunció su heterodoxia. Valentín murió seguramente en Roma, y no en Chipre como pretende Epifanio.

Se conocen los títulos de algunos de sus escritos: Carta a Agatópodo; Carta a unos desconocidos; homilías, una de las cuales titulada Acerca de los amigos. Clemente de Alejandría reproduce breves pasajes de estos escritos. Hipólito reproduce un salmo   de Valentín.

El valentinismo, según Hipólito, se dividió en dos ramas, la itálica y la oriental. A la primera pertenecen Ptolomeo, Heracleón, Secundo y Florino. A la oriental se adscriben Teódoto, Axiónico y, probablemente, Marcos. También Tertuliano se hace eco de la división en dos escuelas. [Excertos de "Los Gnósticos"]