Míguez
9- Poros es la razón que proviene de los seres inteligibles y de la inteligencia. Cuando esta razón se derrama y se despliega, llega hasta el alma y asienta en ella. Porque, en tanto se halla en la inteligencia permanece encerrada en sí misma y sin admitir nada extraño; con Poros borracho, su plenitud le vendrá de fuera. Pero, ¿qué es lo que llena a Poros de néctar, de no ser esa razón que desciende de un principio superior a otro inferior? Esa razón pasa de la inteligencia al alma (…)
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Enéada III, 5
Enéada III, 5 (50)
PLOTINO - TRATADO 50 (III, 5) - DO AMOR OU EROS
Aqui nada menos do que o amor é o tema tratado. Este tratado não resulta de um corte arbitrário de Porfírio : ele apresenta uma verdadeira unidade de construção e na sua estrutura de conjunto como no detalhe de seu desdobramento, aparece uma forte coerência, apesar do que se possa pensar de certos comentadores ou tradutores como Émile Bréhier . O papel atribuído ao amor, na origem de sua reflexão filosófica, seus efeitos sobre a alma e no universo, fazem objeto das questões essenciais postas por Platão principalmente no Banquete e no Fedro : Para este, o poder do amor vem de que é capaz de dar acesso ao belo. Se é uma paixão, é a única que pode ter por objeto ao mesmo tempo o sensível e o inteligível: constitui portanto o princípio da ascensão da alma, conduzindo à contemplação do belo. [Brisson ]
Cap 1: Introdução. O amor como paixão da alma
- linhas 1-10: Questões iniciais: o amor é um deus, um demônio ou uma paixão da alma? Necessário retornar ao ensinamento de Platão
- linhas 10-26: O amor como paixão da alma. O princípio do amor, é o desejo que por natureza a alma experimenta pela beleza.
- linhas 26-38: Em defesa do Eros ligado ao mundo sensível
- linhas 38-65: Eros como paixão se apresenta sob três formas: o Eros puro, o Eros misto temperante e o Eros misto pervertido
Cap 2: O amor como deus. Ligação entre Afrodite e Eros
- linhas 1-10: Teólogos e filósofos fizeram do Eros um deus; Platão dele fez o filho, por um lado de Afrodite, por outro de Poros e Penia
- linhas 10-19: Quem é Afrodite? — Existe na realidade duas Afrodite, uma celeste (Ourania), a outra ligada ao mundo sensível.
- linhas 19-32: A Afrodite celeste nascida de Chronos (que representa o Intelecto), é a alma divina e pura, sem relação com a matéria
- linhas 32-46: Retorno ao deus Eros: nascido da atividade de Afrodite (= a alma) que se volta para Chronos (= o Intelecto), é antes de tudo visão
Cap 3: O deus Eros nasceu da Afrodite celeste que representa a alma divina. A segunda Afrodite, que representa a alma do mundo, engendra em seguida um Eros interior ao mundo
- linhas 1-6: Eros é uma realidade que provém da atividade da alma voltada para o Intelecto, como a alma divina provém da atividade do Intelecto voltada para o Uno.
- linhas 6-21: Nascido da alma divina que contempla intensamente, Eros deve sua existência à visão (horasis) e encontra ele também sua satisfação em contemplar os deuses.
- linhas 21-27: A alma pura, separada da matéria, produz um Eros puro que não é senão visão
- linhas 27-38: Depois da alma celeste vem a alma do universo sensível: esta segunda Afrodite engendra um Eros interior a nosso mundo
Cap 4: O Eros das almas individuais. — Correlação universal entre a alma e Eros
- linhas 1-9: Existe um Eros que corresponde a cada uma das almas individuais: é o demônio que acompanha cada vivente particular.
- linhas 9-18: Relação entre Eros individual e Eros universal: o Eros unitário é ao mesmo tempo plural
- linhas 19-25: Recapitulativo: por toda parte ligado à alma, Eros é a realidade nascida da alma voltada para o bem. É um deus se ele corresponde à alma pura, um demônio se corresponde à alma misturada ao mundo sensível
Cap 5: O Eros do Banquete não deve ser interpretado como o mundo sensível
- linhas 1-4: O Banquete coloca a questão da natureza dos demônios em geral, e de Eros em particular
- linhas 5-21: Dificuldades às quais conduz a interpretação do Eros do Banquete como designando o mundo sensível: contradição interna em Platão, contradição lógica, expressões forçadas
Cap 6: A natureza dos demônios
- linhas 1-13: O Eros do Banquete, filho de Penia e de Poros, é um demônio como os outros, quer dizer um intermediário, eterno como os seres divinos, mas suscetível de ser afetado pelas paixões, como as almas humanas?
- linhas 13-27: Estatuto distintivo dos deuses e dos demônios: os primeiros estão excluídos do sensível, os segundos do inteligível. Relação dos demônios com as almas.
- linhas 28-36: Entre os diversos demônios, o estatuto particular de Eros deve-se a que ele é engendrado pela alma quando ela deseja o bem e o belo.
- linhas 36-45: Porque e como os demônios participam da matéria
Cap 7: Interpretação alegórica do mito do Banquete
- linhas 1-12: No mito do nascimento de Eros, Penia representa a indeterminação da alma e Poros seu princípio racional (logos) de determinação
- linhas 12-15: Ambivalência de Eros, que é razão, mas razão impura e indeterminada
- linhas 15-26: Nascido de um princípio racional de determinação e da indeterminação da alma, Eros é por natureza insaciável
- linhas 26-39: Analogia entre Eros e os outros demônios
- linhas 39-46: Diversidade dos amores, segundo sejam conformes ou contrários à natureza
- linhas 49-58: Digressão epistemológica: analogia das diferentes formas de Eros com os atos de intelecção
Cap 8: O jardim de Zeus: sequência da interpretação alegórica do Banquete. — Afrodite é a alma unida a Zeus
- linhas 1-11: Agora, que representa Zeus? — Para Platão, é um grande soberano e uma causa, a terceira; nele se encontram uma Alma e um Intelecto reais
- linhas 11-17: Zeus representa portanto o Intelecto e Afrodite a alma; a etimologia do nome de Afrodite a associa à graça (habron)
- linhas 17-23: Os deuses masculinos correspondem ao Intelecto, as divindades femininas à alma
Cap 9: Fim da interpretação alegórica do Banquete. — Teoria do mito e recapitulação
- linhas 1-23: O jardim de Zeus (sequência): os diversos aspectos da descida do logos se vertendo no Intelecto da alma são representados ao mesmo tempo por Poros, pelo néctar e pelo jardim
- linhas 24-29: Reflexão sobre o uso dos mitos: seus relatos fragmentam uma unidade conceitual que se deve reconstituir
- linhas 29-53: Síntese recapitulativa sobre o conjunto das figuras alegóricas: Afrodite corresponde à alma (30-33); Poros às razões na alma (33-39); Eros aos aspectos opostos da alma (39-49); Penia à matéria (49-53)
- linhas 53-57: Conclusão sobre o caráter demônico de Eros