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República II

  
Resumo analítico de Francis Wolff  , no livro de Julia Annas, Introduction à la République   de Platon   (PUF, 1981)

PARTE I (L2-L4): O QUE É A JUSTIÇA NO ESTADO E NO INDIVÍDUO?

INTRODUÇÃO METODOLÓGICA: O DESAFIO LANÇADO POR SÓCRATES E SEU MÉTODO PARA OBSERVÁ-LO (II, 357A-369B)

  • Sócrates   classifica a justiça entre as coisas que nós achamos desejáveis nelas mesmas e por suas consequências (II, 357a-358a)
  • Retomada, para relançar a discussão, da tese de Thrasymaco por Glaucon e Adimante
    • Glaucon: Ninguém, se está seguro da impunidade, resistirá à tentação de cometer a injustiça (lenda do anel de Gyges) (358b-362c)
    • Adimante: O que importa não de ser justo mas de parecê-lo, tanto aos olhos dos homens como dos deuses (362d-367e)
  • Donde o desafio lançado a Sócrates: mostrar que a justiça é boa para seu possuidor (367c-e)
    • Método proposto por Sócrates para a isto responder: antes de considerar aquilo que é mais vantajoso, é preciso saber o que é a justiça; Sócrates propõe buscá-la então no Estado (polis), cuja estrutura é análoga àquela da alma individual (367e-369b)
  • A) Gênese e desenvolvimento do Estado (II, 369b-374e)
    • A necessidade está na origem do Estado: ninguém se basta a si mesmo; as necessidades fundamentais (nutrição, habitação, vestimenta, etc.) (369b-d)
    • O princípio da divisão natural do trabalho que dela resulta e sua consequências (369e-371e)
    • O aumento das necessidades além do necessário e suas consequências: doenças e guerras. Daí, a necessidade de "Guardiões". Necessidade (segundo o Princípio da Especialização), que os Guardiões têm qualidade próprias que lhes permitem exercer sua tarefa (371e-374e)
  • B) Condições requeridas para ser guardião do Estado (II, 374e - III, 412c)
    • Qualidades naturais dos Guardiões: Aliança de duas qualidades opostas: a ferocidade (para com o inimigo) e a doçura (para com o amigo) (374e-376c)
    • Primeira educação dos Guardiões (376c-412b)
      • A educação artística (376c-403c)
        • O conteúdo das fábulas (376e-392c):
          • Deve-se banir da educação todas as histórias falsas concernente os deuses (notadamente a ideia que a divindade é causa do mal, ou que ela é modificante ou enganosa (376e-383c)