Alfred North Whitehead (1861-1947) passa, em geral, por ser o filósofo anglo-saxônico mais eminente de nosso tempo, e parece merecer de verdade esta consideração. Em todo caso, mostra ser um pensador original, dotado de assombrosa força espiritual. Sua carreira é inteiramente única para um filósofo. Após haver concluído os estudos em Cambridge, onde se dedicara especialmente à matemática, ensinou durante trinta anos geometria e mecânica. Em 1911, aos cinquenta anos de idade, foi nomeado (…)
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Santo Anselmo / Anselmo de Canterbury / Saint Anselm / Anselm of Canterbury / Saint Anselme / San Anselmo / Anselmo de Aosta / Anselmo de Bec
Com Santo Anselmo, arcebispo de Canterbury, inicia-se a plenitude da Escolástica, já antecipada no movimento filosófico e teológico cujo centro havia sido Escoto Erígena. Santo Anselmo (1033-1109) é a figura intelectual mais importante do século XI: representa a primeira tentativa de sintetizar os problemas filosóficos e teológicos da Idade Média, com acentuada base helênica — platônica e neoplatônica —, patrística e, sobretudo, agostiniana. Seus escritos, entre os quais se tornou especialmente famoso o "Proslogion", onde expõe a chamada prova ontológica da existência de Deus, denunciam uma patente influência de Santo Agostinho , tanto doutrinalmente como no ardor apaixonado e límpido de seu estilo.
Toda a filosofia de Santo Anselmo recolhe o ensinamento agostiniano: trata-se de conhecer Deus, partindo da alma humana, da intimidade da mente que entra em si mesma; é também uma filosofia do homem interior. E acentua ainda mais insistentemente, se é possível, o momento de desterro, de afastamento de Deus em que o homem se encontra, e descobre nessa mesma carência radical a prova mais firme da imortalidade pessoal do ente humano. O homem, uma vez mais, é entendido em sua referência essencial a Deus, de quem é imagem, e a quem conhece ao conhecer-se no mais íntimo e verdadeiro de si mesmo: o homem como espelho da Divindade.
Sobre Santo Anselmo pode-se consultar o livro de Dornet de Vorges: Saint-Anselme (1901); o de C. de Rémusat: Anselme de Cantorbéry (1854); o de Ch. Pilliatre: La Philosofia de Saint-Anselme, e especialmente os de A. Koyré : L’ idée de Dieu, dans la philosofia de St-Anselme (1923) e Karl Barth: Anselms Beweis der Existenz Gottes (1931). [Julián Marías — O TEMA DO HOMEM]
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