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Allard l’Olivier (IC:166n) – extinção, nadificação, kenosis, fana

terça-feira 4 de outubro de 2022

  

Al-fana, a extinção, corresponde exatamente ao nirvana hindu e budista. O «vazio» de que é questão no Budismo é o nada existencial da criatura. O nirvana é a plenitude do Ipsum esse. Se, na Índia, Shiva é o Deus que destrói, é porque ele revela à criatura seu nada existencial. O Olho do Coração é o «terceiro olho» de Shiva, representado pela urna, a pérola frontal. O texto de Ibn Arabi   do Tratado da Unidade esclarece: «Certos iniciados dizem que o conhecimento de Alá vem em seguida do fana al-wujud, quer dizer pelo efeito da extinção da existência. Ora, esta opinião é falsa. Há aí um erro manifesto. O conhecimento de Alá não exige a extinção da existência, pois as coisas não têm qualquer existência. Dizer que uma coisa cessou de existir, que ela não existe mais, equivale a afirmar que ela cessou de existir, tendo desfrutado de existência. Não quer dizer que tu és ou que tu possuis tal e tal qualidade. Quer dizer que tu não existes em absoluto e que tu não existirás jamais. Não podes cessar de ser, pois tu não és. Se reconheces a tua existência esta qualidade, quer dizer o nada, então conhece Alá. De outro modo não.»


Ver online : André Allard l’Olivier