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judeu / judeus / Ἰουδαῖος / Ioudaios / Ἰουδαϊκός / ioudaikos / judaico / judaica

  

Na Boa Nova a referência aos “judeus” não parece indicar, em momento algum, algo que possa ser uma referência à raça judaica (v. Geografia Sagrada), especialmente se considerarmos os Evangelhos   efetivamente como uma mensagem de “boa nova” e portanto em nada um relato histórico e, neste caso, um "má notícia" de um “mau passado”. Os “judeus” mencionados na Boa Nova são, com efeito, uma figura de linguagem, uma representação ou figuração do “meio” onde "Jesus" (uma figura jamais histórica) nasce enquanto originário do que há de mais puro e virgem neste mesmo "meio", pela intervenção indireta (ou angélica) de Deus. Para em seguida crescer «em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens» (Lc   2,52), até vir a se constituir no Cristo. Caminho e progressão possível em cada um de nós, enquanto somos à imagem e semelhança de Deus e emergentes deste "meio" ou "abertura" neste mesmo acontecimento natalino. Este “meio” pode ser entendido no sentido dado a este termo pelo ensaio “SER E MEIO” de René Guénon, de onde retirei os principais pontos, aditando considerações de outros autores, formando a página “ser e meio”. Se transpormos esta noção para dentro de cada um de nós, como sempre deve ser feito com o que há de verdade no NT, temos então os chamados “judeus”, nossa multidão de “eus” ["multidão" sempre anotada nos evangelhos como seguindo "Jesus"] ou inúmeros fragmentos de nossa alma (v. Legião), ainda não unificada em Jesus o Cristo, o “Eu Sou”. Seus discípulos e seguidores originários emergentes deste mesmo “meio” são aqueles “eus” transformados pela necessária metanoia e que assim vão compor uma primeira etapa na unificação divina.

O risco de interpretações literais, e ainda pior de um abominável antissemitismo, se deve a exageros retóricos de alguns escribas do NT, assim como de alguns Padres da Igreja, assim como a disseminação do ensinamento cristão (sua vulgarização) sem o devido acompanhamento de seu sentido mais profundo e interior, até pela decadência e consequente insuficência intelectual do homem ocidental.


Roberto Pla

Para os paleocristãos, a oposição a sua ideia vinha simbolizada nos judeus, tão citados assim nos evangelhos canônicos. Com isto não faziam os novos cristão nada mais que seguir o costume estabelecido desde seus primeiros passos pelo povo judeu, acostumado a simbolizar a seus opositores nos egípcios (Antigo Egito), nos sírios, nos persas, nos filisteus, etc. Evangelho de Tomé - Logion 42-43

Michel Henry

Observemos de passagem que, nos textos joanicos notadamente, “judeus” designa não os judeus em geral mas aqueles entre os judeus que não reconhecem Jesus enquanto Messias, sendo entendido que aqueles que o reconhecem ou o reconhecerão como tal são igualmente, em sua maioria, judeus, nos primeiros tempos, em todo caso. [EU SOU A VERDADE  ]