Utopia e Novo Mundo Akasha Grant e Murilo Cardoso de Castro
O Ocidente empreendeu, não apenas a descoberta de um Novo Mundo, mas um retorno às suas origens além das águas primordiais do oceano. Desde a Idade Média viajantes tinham recolhido e reproduzido os ecos de um reino fabuloso se estendendo do Oceano ao Nilo: o reino do Preste João onde viviam os primeiros cristãos salvos do pecado original, herdeiros da Promessa Divina.
Segundo outras tradições, os Reis magos tinham sido recompensados por (...)
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andreia / andreía / ἀνδρεία / fortitudo / coragem / deilia / δειλία / covardice / timidez
gr. ἀνδρεία, andreía (he): coragem. Latim: fortitudo. Feminino substantivado do adjetivo andreios: masculino, viril, derivado de anér (gen. andrós): o homem masculino. Andreía é, em primeiro lugar, a coragem do guerreiro, bravura, valentia. Tornou-se depois virtude interior de força para o bem. [Gobry ]
Matérias
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Utopia
28 de março -
Fernandes (SH:344-345) – a "impotência do poder"
10 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 344-345.
Já não foi fácil ter coragem para dizer, nas duas Seções precedentes, nas barbas de Platão, de cuja obra toda a Filosofia Ocidental não passa de um comentário — e foi o tê-lo dito que me fez ter querido dizê-lo! —, que não havia relação alguma entre o Ser e o Bem. Há de haver coragem agora para dizer, nesta Seção, que tampouco há poder, coisa sobre a qual toda a Civilização, (...) -
Edith Stein (CC) – João da Cruz como escritor
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroSTEIN, Edith. A Ciência da Cruz. Tr. Beda Kruse. São Paulo: Edições Loyola, 1988.
Quem quiser compreender a doutrina de São João da Cruz desde suas raízes na alma, deverá familiarizar-se com as características e peculiaridades de seus escritos, suas origens e vicissitudes.
Sendo que São João foi declarado Doutor pela Santa Igreja, quem desejar esclarecer-se sobre questões de mística, no âmbito da doutrina católica, deverá a ele se dirigir. Mesmo fora da Igreja, João é reconhecido como autoridade e guia (...) -
Ortega y Gasset (QF:46-49) – filosofia e ciência
5 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de ORTEGA Y GASSET, José. O que é a Filosofia?. Tr. José Bento. Lisboa: Cotovia, 1994, p. 46-49.
[O «tema do nosso tempo». —A «ciência» é mero simbolismo. —As ciências em rebeldia. — Por que há filosofia?—A exactidão da ciência e o conhecimento filosófico. — Agnosticismo e «temas últimos».]
português
Mas o meu assunto agora não me deixa desviar-me em considerações sobre o porvir da ciência, e o que insinuei sobre o seu presente veio só para mostrar as condições inteleçtuais atmosféricas que prepararam (...) -
Plotino - Tratado 1,5 (I,6,5) - Afetos ligados ao encontro do belo
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat Júnior, José Carlos. Plotino, Enéadas I, II e III; Porfírio, Vida de Plotino. Introdução, tradução e notas. Tese de Doutorado. Campinas, UNICAMP, 2006
Baracat
5. Devemos, portanto, inquirir os amantes a respeito do que não está na sensação: Que sentis ante às chamadas belas ocupações, aos belos modos, aos comportamentos temperantes e, de modo geral, às ações da virtude, às disposições e à beleza das almas? Vós, vendo-vos belos em vossos interiores, que [310] experimentais? Como vos dionisais (...) -
Ernildo Stein: Introdução ao Método Fenomenológico Heideggeriano
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAo lado de Ser e Tempo e Que é Metafísica? temos, no ensaio Sobre a Essência do Fundamento e na preleção A Determinação do Ser do Ente segundo Leibniz, a melhor possibilidade de observar o método fenomenológico de Heidegger em sua aplicação concreta. Não apenas cronologicamente estão estas duas análises próximas dos momentos mais altos da criação heideggeriana; também tematicamente lhe são vizinhas. O texto sobre Leibniz tomou corpo na esteira de interpretações de filósofos que foram incluídas em Ser e Tempo. (...)
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Nietzsche (GC:§373) – O preconceito “científico”
14 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroNIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tr. Alfredo Margarido. Lisboa: Guimarães Editores, 2000, § 373 (ebook)
português
373 — O preconceito “científico” — As leis da hierarquia proíbem aos sábios que pertencem à classe intelectual média distinguir os grandes problemas, os verdadeiros pontos de interrogação; nem a sua coragem nem a sua vista podem, de resto, ir assim muito longe; é preciso dizer sobretudo isto: que a necessidade que os leva às pesquisas, a ambição, o desejo íntimo que podem ter de (...) -
Rocha Pereira: República Livro I — independente e retocado para proêmio?
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
Excertos da Introdução de Maria Helena da Rocha Pereira, à sua tradução da “República”.
Seria o Livro I independente a princípio, e só mais tarde retocado para servir de proémio à República?
Justamente a palavra «proémio» aparece na primeira frase do Livro II, para classificar a conversa anterior. Esta forma um conjunto ordenado e completo, comparável aos chamados diálogos aporéticos, que se atribuem à (...) -
Eros e Psique 9
28 de março, por Cardoso de CastroCAPÍTULO 9 Entrementes, pouco inclinada a usar os meios terrenos de investigação, Vênus parte para o céu. Ordena que lhe preparem a carruagem primorosamente polida e construída às pressas pelo ourives Hefestos, que sutilmente a deu de presente de casamento à deusa antes de sua primeira tentativa dentro da câmara nupcial, pressa que lhe custou um ferimento com a lima afiada, bem como certo prejuízo financeiro.
Das várias pombas presas nos aposentos da deusa, adiantaram-se quatro que, com passo (...) -
Plotino - Tratado 19,1 (I, 2, 1) — A virtude consiste em se tornar semelhante ao deus
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1. A virtude consiste em se tornar semelhante ao deus; o estatuto das virtudes cívicas. 1-10: Lembrança do Teeteto. A qual deus a virtude nos torna semelhantes? 10-16: O divino não possui todas as virtudes 16-21: As quatro virtudes de reflexão, coragem, mestre de si e justiça 21-31: As virtudes cívicas não existem no divino mas nos tornam todavia semelhantes a ele 31-40: Comparação com o calor, que não é o mesmo no fogo e em um objeto quente 41-45: Participação. Exemplo da casa 46-53: (...)
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Borella : ANIMA
2 de agosto de 2014, por Cardoso de CastroExtrait de « La Charité profanée »
Cependant, si totale que soit l’inversion, elle ne saurait aller jusqu’à la négation complète des rapports normaux entre ces trois sphères. La dimension spirituelle de l’homme qui l’enveloppait comme un nimbe de gloire, c’est-à-dire qui irradiait la déiformité de sa nature, cette dimension n’a pas disparu ; elle est réduite à une trace ponctuelle, donc à un germe, ou encore à l’état virtuel : l’homme n’en possède plus l’actualité (il faudra la venue du Christ pour ouvrir la (...) -
Plotino - Tratado 1,6 (I,6,6) - A purificação da alma
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat Júnior, José Carlos. Plotino, Enéadas I, II e III; Porfírio, Vida de Plotino. Introdução, tradução e notas. Tese de Doutorado. Campinas, UNICAMP, 2006
Baracat
6. Pois, como diz o antigo ensinamento, a temperança, a coragem e toda virtude é purificação, inclusive a própria sabedoria. Por isso os mistérios corretamente enigmam que o não purificado, indo ao Hades, jazerá na lama, porque o que não é puro é amigo da lama por sua maldade : como os porcos, não puros de corpo, se comprazem com esse tipo (...) -
Groddeck: o ser humano é vivido pelo Isso
9 de maio de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de GRODDECK, Georg. O LIVRO dISSO. Tr. José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Perspectiva, 1984, p. 9-12
ORIGINAL: DAS BUCH VOM ES
Coelho Netto
Acredito que o homem é vivido por algo desconhecido. Existe nele um “Isso”, uma espécie de fenômeno que comanda tudo que ele faz e tudo que lhe acontece. A frase “Eu vivo...” é verdadeira apenas em parte; ela expressa apenas uma pequena parte dessa verdade fundamental: o ser humano é vivido pelo Isso. É desse Isso que falarei em minhas cartas. (...) -
Plotino - Tratado 19,7 (I, 2, 7) — Implicação mútua das virtudes.
28 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 7. Implicação mútua das virtudes. 1-8: Implicação mútua das quatro virtudes na alma, e de seus modelos no Intelecto 9-12: Pela purificação as virtudes estão acabadas, as virtudes superiores implicam as inferiores 13-21: Na vida do sábio, as virtudes superiores implicam as inferiores 21-30: É preciso escolher viver não da vida do homem de bem, mas da vida dos deuses
tradução
7. As virtudes na Alma decorrem em uma sequência correspondente àquela existente no supra-mundo, que está entre seus (...) -
ENNÉADES: I, 2 [19] - Des vertus (extraits sur l’âme)
14 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroPlotin, ENNÉADES. Trad E. Bréhier.
« Puisque, nécessairement, les maux existent ici-bas et circulent dans cette région du monde, et puisque l’âme veut fuir les maux, il faut nous enfuir d’ici. » En quoi consiste cette fuite ? « A devenir semblable à Dieu, » dit [Platon] ; et nous y arrivons, si nous atteignons la justice, la piété accompagnée de la prudence, et en général la vertu. Mais si nous devenons semblables à Dieu grâce à la vertu, est-ce à un Dieu qui possède lui-même la vertu ? Oui certes, car à (...) -
Giuseppe Lumia: Jaspers
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
A derivação kierkegaardiana é mais evidente em Karl Jaspers, que chegou à filosofia vindo dos estudos de medicina e, diferentemente de Heidegger, afastado das sugestões da fenomenologia. É diferente o interesse especulativo que move os dois expoentes máximos do existencialismo alemão: Heidegger é movido por (...) -
Carneiro Leão (FG1:36-39) – O Caos
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[CARNEIRO LEÃO, Emmanuel. Filosofia Grega I. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 36-39]
Em seu Essai sur la connaissance approché (277), Gaston Bachelard afirma peremptoriamente: “La diversité absolue d’un chaos ne pourrait recevoir l’occasion d’acune action e par conséquence d’aucune pensée! [“A diversidade absoluta de um caos não poderia receber a ocasião de nenhuma ação e, por conseguinte, de nenhum pensamento”!]
Diante de uma afirmativa tão cabal, nossa tentativa de falar do sentido grego do caos (...) -
Aristóteles (EN:II,1) – duas excelências
5 de fevereiro, por Cardoso de CastroCaeiro
Sendo a excelência dupla, como disposição teórica [1103a14] [do pensamento compreensivo - διανοητικῆς] e como disposição ética [ἠθικῆς], a primeira encontra 15 no ensino [διδασκαλίας] a maior parte da sua formação e desenvolvimento, por isso que requer experiência [ἐμπειρίας] e tempo [χρόνου]; a disposição permanente do caráter [ἠθικὴ] resulta, antes, de um processo de habituação [ἔθους], de onde até terá recebido o seu nome, «hábito» [ἔθους], embora se tenha desviado um pouco da sua forma original. Daqui resulta evidente (...) -
Plotino - Tratado 53,2 (I, 1, 2) — A alma é nela mesma impassível e não misturada: as afecções logo não podem lhe pertencer
9 de janeiro, por Cardoso de CastroPrimeira parte (§2-7, 6): a união da alma [psyche] e do corpo [soma] e a teoria das potências [dynamis] A (§2) Estudo da primeira hipótese: o sujeito das paixões é somente a alma A alma, se ela é distinta do ser-alma, poderá ser o sujeito das paixões A alma idêntica ao ser-alma; a noção de ato [praxis] derivado Nada mais que reflexão e opinião, mas apenas, talvez, pensar e prazeres [hedone] puros [AUBRY]
minha tradução
desde MacKenna
2. A primeira investigação nos obriga a considerar de partida a (...) -
Schopenhauer (EDP): o lado assustador da vontade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de SCHOPENHAUER, Arthur. Éthique, droit et politique. « Parerga et Paralipomena » (1851). Tr. d’Auguste Dietrich, février 1908. Paris: Félix Alcan, 1908 (doc Word)
tradução
Os filósofos da antiguidade reuniram na mesma ideia muitas coisas absolutamente heterogêneas; cada Diálogo Platão nos fornece provas em massa. A confusão mais grave deste tipo é aquela entre ética e política. O Estado e o reino de Deus, ou a lei moral, são coisas tão diferentes que o primeiro é uma paródia do segundo, uma (...)
Notas
- Abade Poimem 12
- agnoia
- andreia
- Apologia 34b-35d: Conclusão da defesa
- Aristoteles Dissensio
- Boutot: TO TI ESTIN?
- BQT 176e-178a: O programa do banquete
- BQT 193d-194e: Intermédio
- BQT 196b-197b: A excelência ou as virtudes do amor
- BQT 218b-219e: A tentação evitada
- BQT 220d-221c: A coragem de Sócrates
- Brecht (ArtPol:141-142) – dizer a verdade
- Brisson: As tetralogias de Diálogos
- Buda Asceta
- Cazotte Magia
- Charbonneau-Lassay Leo
- Definição Analogia
- Dez Mandamentos
- Didaskalikos 1
- dikaiosyne