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quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Logos (logos)

Logos (plural: logoi) deriva do verbo legein, que em Homero   significa “colher, recolher, juntar”, depois também “contar, enumerar”, bem como “narrar, falar”. Portanto, no período clássico a extensão semântica de logos vai de “discurso, discussão” até “fundamento, razão”, passando por “cálculo, prestação de contas”. Logos também é usado como expressão da proporção matemática (ana logon). Em Platão logos aparece na amplitude total do conceito. Mas exporemos a seguir apenas o significado lógico ou gramatical de logos (para analogia, cf. analogia).

I. Definição de logos: embora Platão não tenha conceito próprio algum para “linguagem”, logos significa a manifestação linguística do homem, à qual corresponde um processo do pensamento que é passível de verdade, isto é, produz uma referência verdadeira ou falsa à realidade. A definição do logos é estreitamente ligada ao pensamento: “Pensamento (dianoi) e discurso (logos) são a mesma coisa, salvo que é ao diálogo interior e silencioso da alma consigo mesma (ho men entos tês psychês pros hautên diálogos aneu phônês gignomenos) que chamamos ‘pensamento’. ... A corrente que emana da alma e sai pelos lábios em emissão vocal é chamada discurso (/ogos)” (Sof. 263e; cf. Teet. 189e s. e 206c-d). As propriedades do logos são que ele possui um objeto de referência e ocorre como afirmação (phasis) e negação (apophasis) (Sof. 262e). Sem dúvida, nessa definição logos é reduzido ao pensamento expresso foneticamente. No entanto, o conceito genérico na definição de dianoia é a conversa ou o dia-logos, de modo que fala e pensamento são fenômenos complementares, a saber, fala exterior e interior. A dia-noia, isto é, pensamento racional, discursivo, está vinculada à linguisticidade e precisamente a uma forma determinada do falar fundamentado que era praticada por Sócrates, o logon didonai. [SHÄFER]