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pasha

terça-feira 30 de abril de 2024

  

O pasha, de fato, é com frequência, no simbolismo hindu, um "nó corredio", ou um "laço" que serve para apanhar animais na caça; sob essa forma, é um dos principais emblemas de Mrityu (a Morte) ou de Yama (deus dos mortos), e também de Varuna; e os "animais" presos por meio desse pasha são, na realidade, todos os seres vivos (pashu). Daí também o sentido de "vínculo": o animal, desde que preso, encontra-se atado pelo nó corredio que se aperta sobre ele; do mesmo modo, o ser vivo é amarrado pelas condições limitativas que o retém em seu particular estado de existência manifestada. Para sair desse estado de pashu, é preciso que o ser liberte-se dessas condições, ou seja, em termos simbólicos, que escape ao pasha, ou que passe através do nó corredio sem que este se aperte sobre ele. Isso equivale a dizer que o ser passe pelas mandíbulas da Morte sem que estas se fechem sobre ele. O laço do pasha é, na verdade, como diz Coomaraswamy, um outro aspecto da "porta estreita", exatamente como o "enfiamento da agulha" representa a passagem através dessa mesma "porta solar" no simbolismo do bordado. Podemos acrescentar que o fio que passa pelo buraco da agulha tem ainda como um outro equivalente, no simbolismo do tiro com arco, a flecha que atravessa o centro do alvo; e este é, aliás, propriamente designado por "meta", termo a propósito muito significativo, pois a passagem em questão, e pela qual se efetua a "saída do cosmo", é também a meta que deve ser alcançada pelo ser finalmente "libertado" dos laços da existência manifestada. [Guénon]


Ver online : René Guénon