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poiêsis

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Poesia (poiêsis, poiêtikê ou, ocasionalmente, mousikê)

Encontra-se uma definição de “poesia” e poeta em Banq. 205b-c: “Tu sabes que poesia é algo de múltiplo. Pois toda causa de qualquer coisa passar do não-ser ao ser é poesia. Por isso, os produtos de todas as artes têm como base a poesia, e os mestres (dêmiourgoi) são todos poetas.... Sabes, porém, que eles não são chamados poetas, mas têm outras denominações, e que da totalidade da poesia apenas uma parte é destacada, aquela que se refere à música (mousikê) e à métrica, e com o nome do todo ela é denominada. Mas é apenas isso que se chama poesia, e os que possuem essa parte da poesia são chamados poetas”. A tradução atesta a insuficiência da capacidade de reprodução do jogo de palavras com o termo poiêsis que Diotima realiza aqui: em geral, poiêsis significa “produção” ou “criação”, mas no sentido mais restrito significa poesia, o trato criativo com as palavras segundo regras e medidas (metra) artísticas. Para as discussões de Platão   sobre questões de poesia, essa passagem do Banquete   é bastante útil como ponto de partida e como diretriz terminológica, pois, de um lado, essa definição está totalmente a serviço da teoria do arrebatamento com que Diotima pretende caracterizar a vida filosófica (sua introdução como mulher de Mantineia evoca intencionalmente mantis, o[s] vidente[s] em êxtase) e que é contrastada com o arrebatamento poético (ver adiante II), com que se insinua “a antiga dissidência entre a filosofia e poesia” (Rep.   607b) e que também já faz despontar no horizonte a censura desconcertantemente severa de Platão à arte poética (ver adiante III). De outro lado, abre-se no pano de fundo da seleção de palavras por Diotima o tema do fazer demiúrgico (ver demiurgo), em cujo contexto Platão também lida mais uma vez com a poesia (ver abaixo IV). [SHÄFER]


POÎÉSIS (production) [grec]

subs. fém.

Substantif, formé à partir du verbe poiein, qui signifie fabriquer, produire. Traduction usuelle : production. Si la désignation du « faire » comme production est courante dans les textes présocratiques  , le terme poiesis est rare. Platon parle de la poiesis comme d’une espèce dont la désignation a usurpé celle du genre (Banquet 205 b-c) : l’espèce poétique est en effet liée à la fabrication au point que la poésie en apparaît, déjà chez Platon, comme l’exercice principal ou typique (Rép. X 603 b 8). Platon l’identifie à une technique d’imitation (mimésis, voir ce terme). L’artisan est démiurge et poète, l’artiste est à proprement parler seulement poète (Rép. X 595 c). Chez Aristote  , l’art poétique (tékhnê poietike) est un art autonome, distinct de la science théorique et pratique. Aristote définit la poétique comme un art d’imitation, possédant plusieurs espèces (Poét. I 1447 al). Le traité aristotélicien est inachevé, et la partie conservée accorde la priorité à l’art de la tragédie. L’esthétique de la période hellénistique a conservé cette restriction de la poiesis aux arts poétiques. (G. Leroux) [NP  ]