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quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

53. O «entre-estar» do simbólico e o «entre-ser» da metamorfose espelham-se um no outro. «Estar entre» dois, dos quais um já não está na objetividade das coisas, e outro ainda não está na trans-objectividade fundante do «ser-origem» dos símbolos, torna-se em fidelíssima imagem do «ser-entre» dois, dos quais um é «pessoa-sujeito» de toda a objetivação e o outro é «subjetividade irredutível», rebelde a toda a objetivação por toda ela condicionar. O «entre-estar» e o «entre-ser» não são quaisquer «estar-entre» e «ser-entre», se o primeiro é propriedade do simbólico e o segundo, propriedade da metamorfose. Aliás, as duas propriedades reduzem-se a uma só trans-lucidez e trans-parência. A mesma luz de uma Fulguração, de uma só Fulguração, trespassa símbolo e metamorfose, por translúcidos e transparentes que são. A mesma translucidez e transparência, na trans-objetividade! No símbolo, através da «coisa» que se tornou em «mundo e homem», aparece o «deus origem»; na metamorfose, através do homem indisponível, concêntrico e concentrado, aparece a disponibilidade, a excentricidade, a distração. O drama ritual opera ambos os milagres, e, ainda, o maior de todos: a interpenetração e a intersecção, a interdependência e interpertinência dos dois. No mesmo movimento, simbólico cai para o lado do que era objetivo e a metamorfose, para o lado do que era subjetivo, e ambos da mesma maneira. O «homem humano» se transforma na transformação da «coisa» em «símbolo», e vice-versa, a conversão da «coisa» em «símbolo» se deve ao transmutar-se em «desumano» o homem que só era humano. O meio da transmutação é a translucidez ou transparência do entre-ser e do entre-estar de um e de outro; e o agente, a luz da Fulguração. [EudoroMito:141]


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