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quinta-feira 25 de janeiro de 2024
Cristologia
EVANGELHO DE JESUS: MORDOMO INFIEL
Ysabel de Andia : «Mystiques d’Orient et d’occident»
A simplicidade - simplicidade de coração é definida na LXX , nos documentos de Qumran , no Testamento dos XII Patriarcas e no Pastor de Hermas por oposição à «duplicidade» da alma, que significa a alma dupla ou dividida. O homem «duplo» é aquele que «não tem palavra», pois tem duas línguas (duo glossas) ou duas «linguagens», «o pecador de dupla palavra», o estrangeiro cuja língua é aguçada «como a espada de dois gumes» (Provérbios 5,4), aquele «engana» sobre duas coisas ao mesmo tempo, que tem duas faces (gr. diprosopos). Toda esta linguagem esboça a antropologia da duplicidade que é a imagem inversa do homem criado na retidão, na pleres e na simplicidade por Deus.
Encontramos esta mesma antropologia bíblica que não separa a alma do corpo, mas considera o homem como um todo e sua vida ela mesma como uma unidade em Olhos Bons - Mateus 6,22-23 sobre o olho, e também em Árvore Boa - Mateus 7,16-20, sobre a árvore e os frutos.
A afirmação que o homem não pode «servir ao mesmo tempo Deus e Mammon» em Buscai primeiro o reino de Deus - Mateus 6,24, que segue ao logion do olho (citado acima), revela a raiz de toda duplicidade: é o fato de querer servir «dois Mestres»: Deus e o Dinheiro. Face aos Fariseus, Jesus desmascara o Dinheiro como o ídolo no qual eles põem sua confiança. O dinheiro, ídolo ainda mais poderoso na medida que é mal percebido como ídolo.
A raiz da impureza é a idolatria que, vis-a-vis do amor de Deus, é um amor adúltero. Tal é o sentido profético da história de amor entre o profeta Oseias e Gomer, a prostituta. A mácula fundamental é a idolatria. Jerusalém rompendo a aliança com YHWH trocou a «Glória» divina contra a «Impotência» (Jeremias 2,11) e aqueles que correram atrás da Vaidade se tornaram eles mesmo vaidade».