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Devotio Moderna

  

Segundo Mircea Eliade  , História das Crenças e das Ideias Religiosas: Gerhart Groote   (1340-1384), iniciador de um novo movimento ascético, os Irmãos da Vida Comum, não se interessava absolutamente pelas especulações e experiências místicas. Os membros das comunidades praticavam o que se chamou a devotio moderna, um cristianismo simples, generoso e tolerante, que não se afastava da ortodoxia. O fiel era convidado a meditar sobre o mistério da Encarnação, tal como o reatualiza a eucaristia, em vez de entregar-se às especulações místicas. No final do século XIV e durante o século XV, o movimento dos Irmãos da Vida comum atraiu um grande número de leigos. Trata-se ainda da necessidade geral e profunda de uma devoção acessível a cada um que explica o excepcional êxito da Imitação de Cristo, escrita por Tomás de Kempis (1380-1471).

Ainda há divergências quanto ao significado e à importância desse movimento pietista. Certos autores consideram-no uma das fontes das reformas, sejam elas a humanista, a católica ou a protestante. Embora reconhecendo que, em determinado sentido, a devotio moderna antecipou e acompanhou os movimentos de Reforma do século XVI, Steven Ozment observa com justeza que "a sua principal realização é a renovação do monaquismo tradicional às vésperas da Reforma. A devotio moderna demonstrou que o desejo de viver uma vida comunitária simples, de abnegação, imitando Cristo e os apóstolos, estava tão vivo no fim da Idade Média quanto o fora na Igreja primitiva".

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