antro das Ninfas

Nos versos da Odisseia   Homero descreve a gruta de ltaca, isto é, "antro das Ninfas", título de obra de Porfírio   que se refere a uma das figurações da "caverna cósmica". "Homero, nota Porfírio, não se limitou a dizer que essa gruta tinha duas portas. Especificou que uma estava voltada para o lado do norte, e a outra, mais divina, para o lado do sul, e que se descia pela porta do norte. Mas ele não indicou se era possível descer pela porta do sul. Disse apenas: é a entrada dos deuses (v. solstício de inverno). Jamais o homem toma o caminho dos imortais." Pensamos que este deve ser o texto do próprio Porfírio e não descobrimos a contradição anunciada. E eis agora o comentário do sr. Jérome Carcopino (v. zodíaco pitagórico): "Nos termos desta exegese, percebem-se, nesse resumo do universo que é o antro das Ninfas, as duas portas (v. portas solsticiais) que se erguem para os céus e pelas quais passam as almas, e, ao inverso da linguagem que Proclo   atribui a Numênio, a do norte, de Capricórnio, foi de início reservada à saída das almas, e a do sul, de Câncer, por conseguinte, destina-se ao retomo das almas a Deus." [Guénon]