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Schuon Dança do Sol

quarta-feira 27 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro

  

Frithjof Schuon   — Esoterismo como Princípio e como Via

A Dança do Sol — tópicos
A grande Dança sacrificial dos índios nômades da América do Norte, consagrada à Força solar, comportava outrora ritos secundários bem variados, dependendo das tribos. Em certos casos, todos os tipos de elementos mitológicos entravam em sua composição, a ponto de quase passar o papel do sol para um segundo plano. Mas essa complexidade, evidente num mundo fragmentado e movente como o dos peles-vermelhas, não é de natureza que invalide o conteúdo fundamental do ciclo ritual em questão. Além disso, esse conteúdo sobreviveu a todas as tribulações de que os índios das planícies foram vítimas desde o início do século XIX.

A Dança do Sol tem dois significados essenciais: um exterior e outro interior. O primeiro é variado, o segundo é invariável. A intenção relativamente exterior da Dança pode ser um voto pessoal ou a prosperidade da tribo, ou ainda mais profundamente — entre os Cheyennes, por exemplo — o desejo de regenerar toda a criação. A intenção interior e invariável é de unir-se à Força solar, de estabelecer uma ligação entre o Sol e o coração, em suma, de produzir um raio que vincule a terra ao Céu, ou de reatualizar esse raio preexistente mas perdido. [1] Essa operação propriamente "pontifical" (pontifex) baseia-se na equação "coração-Sol": o Sol é o Coração do Macrocosmo, o coração humano é o sol do microcosmo que somos nós. O Sol visível é apenas um vestígio do Sol divino mas, sendo real, esse vestígio é eficaz e possibilita a operação teúrgica graças a um jogo de analogias e de complementaridades.

  •  Fenomenologia teúrgica dos ritos
  •  Base metafísica do rito
  •  Adorar o sol?
  •  Da idolatria
  •  Do xamanismo hiperboreano
  •  Da chuva, símbolo da Misericórdia no Islã
  •  Da Dança do Sol nos Índios da América do Norte
  •  As duas significações da Dança do Sol
  •  A árvore, elemento central do rito
  •  A noção de "poder", crucial nos Índios
  •  Dos ritos caluméticos
  •  Do símbolo do sol emplumado pintado sobre as peles de bisões



  • [1Este paralelismo entre uma intenção terrestre coletiva e uma intenção celeste pessoal manifesta um aspecto particular de complementaridade entre o exoterismo e o esoterismo.