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Âtmâ

terça-feira 30 de abril de 2024

  

ALMA — ATMAN — ÂTMÂ

Por uma questão de grafia na transliteração do termo sânscrito por diferentes autores citados, mantemos duas páginas distintas, uma para Atma e outra para Atman, trata-se aqui de um único termo sânscrito.
VIDE: Atman, Jivatma


René Guénon Dictionnaire de René Guénon

O Atma é o Espírito Universal que penetra todas as coisas, estás últimas aparecendo como simples modificações acidentais deste Espírito, que não deve-se entender como oposto à matéria mas englobando o material e o imaterial por sua essência universal. Frequentemente traduzido por "Si Mesmo", o Atma é, segundo René Guénon, uma das noções mais eminentes da verdadeira metafísica. A fim de precisar o que o Atma, Guénon cita a princípio o Chandogya   Upanixade   que descreve assim esta essência indefinível de todas as coisas: "Este Atma que reside no coração, é menor que um grão de arroz, menor que um grão de cevada, menor que um grão de milho miúdo , menor que o germe que está no grão de milho miúdo; este Atama, que reside no coração, é também maior que a terra (manifestação grosseira), maior que a atmosfera (manifestação sutil), maior que o céu (manifestação informal), maior que todos os mundos juntos (além da manifestação, enquanto incondicionado).

O "Si", o Atma não está presente todavia, no seio do indivíduo, senão potencialmente, e isto enquanto não é realizada a união com a identidade real. Importa no entanto precisar, que o indivíduo, assim como a Manifestação em seu conjunto, só existem pelo Atma, e não têm realidade senão pela participação em sua essência. O Atma supera portanto por imensidade e substância, todas as formas de existências, sendo, enquanto origem, fonte e fundamento, o Princípio único de todas as coisas. Se Guénon escreve, que o "Si Mesmo é potencialmente o indivíduo", e que a União não existe senão virtualmente antes da realização", ele se apressa em aditar que isto não deve se entender senão do ponto de vista do indivíduo ele mesmo. O "Si" não sendo afetado por nenhuma contingência, posto que é essencialmente incondicionado; ;e portanto imutável em sua "permanente atualidade", e não possui de fato nada de potencial nele. Enquanto tal é não diferente do Absoluto, fora de todas as contingências particulares, mas igualmente estrangeiro a nenhuma.

Um texto dos Upanixades nos diz que "Atma é isto pelo qual tudo é manifestado, mas que nele mesmo não é manifestado por nada" Kena Upanixade  , o que significa que livre de toda determinação, independente de todas as formas, Atma é o Ser dos seres, a substância imanente e transcendente de cada existência, todavia não sendo afetado por nenhuma. A este título, os estados do ser, quaisquer que sejam, escreve René Guénon, não representa nada além de possibilidades do Atma: eis porque, diz ele, pode-se falar das diversas condições onde se encontra o ser como sendo verdadeiramente as condições do Atma, tendo todavia sempre presente ao espírito, que em si Atma não é afetado por nenhuma das formas, não cessando jamais de ser incondicionado, não se tornando jamais manifesto, sendo todavia o Princípio essencial e transcendente da Manifestação sob todos seus modos. Saibamos que o que é absolutamente real (Paramarthika), é o "Si" (Atma); é o que não pode alcançar nenhuma concepção e, que não pode ser formulado senão sob uma forma negativa a fim de escapar à armadilha da afirmação particular e determinada, que limita, quando utiliza a linguagem, o que se quer expressá-lo pelo objeto de sua definição. Eis porque, toda determinação sendo uma limitação, é pela negação da determinação que se chega a aproximar mais exatamente possível à essência do indefinível. A este respeito, o neti neti (não isto, não aquilo) do Vedanta, é certamente a melhor expressão do "que é" em última instância, o Atma. Em si mesmo, pode-se portanto dizer que o Atma não é nem manifestado (vyakta), nem não manifestado (avyakta), em sendo ao mesmo tempo o Princípio do manifestado e do não-manifestado, "Ele, o incondicionado, que é idêntico ao Supremo Brahma, que o olho não alcança, nem a palavra, nem o mental (...) Superior ao que é conhecido, está além do que não é conhecido" (Kena Upanixade).
*O HOMEM E SEU DEVIR SEGUNDO O VEDANTA  
*SIMBOLISMO DA CRUZ  
*ESTUDOS SOBRE O HINDUÍSMO

Frithjof Schuon  
No Vedanta, Atma revela três grandes véus (ou "invólucros" = Koshas), que correspondem de modo analógico, se os prefigurarmos causativamente, aos estados de vigília, de sonho e de sono profundo. Esses véus ou estados são Vaishwanara, Taijasa, Prajna: eles velam a Realidade incondicionada e inefável, Turiya, que no microcosmo humano será a Presença divina no fundo do coração. Esta realidade ou este quarto "estado" em sentido ascendente é o Superser, ou Atma em si; dele se diz que não é "nem manifesto (vyakta), nem não-manifesto (avyakta)", e isso exige uma importante precisão, que aqui está.

Contemplatio (extinto site tradicionalista):
O también atman, pronombre reflexivo del sánscrito que significa «si» (si-mismo) o el «Si» (el Si-mismo). Es Brahman en el ser humano.

El "Si-mismo" (como pronombre reflexivo), el principio esencial y permanente del Ser, idéntico al Brahman universal. Es Shiva en nosotros. Traducirlo por Alma es equívoco ya que esta palabra, en las lenguas occidentales, designa tanto el principio eterno y transcendente, como el principio intermedio y sutil; la psique (manas). El Ser en el hombre. En la tradición de los Upanishad, la dimensión transcendente del Yo, metafísicamente idéntico al Principio. En el tantrismo equivale al principio Shivaico del Ser Entidad espiritual eterna, presente en todo ser (animales incluidos), y que se reencarna hasta la Liberación final.

Es el equivalente Cristiano del Espíritu, en la división tradicional de Cuerpo (soma), Alma y Espíritu (San Pablo  ). El alma sería lo que actualmente llamamos psique (Manas en la terminología hindú); el conjunto de características síquicas de la persona. En el lenguaje Cristiano de los últimos siglos se confunden ambos términos (alma y espíritu) dando lugar a muchas desorientaciones. En la espiritualidad medieval, cuando estos conceptos estaban más claros, se llegaba a afirmar que el Alma (la mente, el psiquismo) era el demonio.



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