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teologia
quinta-feira 25 de janeiro de 2024
Há, portanto, uma dupla teologia? ou ciência divina: uma, na qual as coisas? divinas são consideradas não como sujeito? de ciência, mas como princípios do sujeito e tal é a teologia que os filósofos expõem e que, com outro nome, é chamada de metafísica; outra, que considera as próprias coisas divinas por si? mesmas como sujeito de ciência e esta é a teologia que é transmitida na Sagrada Escritura.
A teologia enquanto metafísica considera Deus?, sujeito da ciência, não em si mesmo e independente? de sua relação com os seus efeitos, mas justamente os efeitos aparecem como lócus privilegiado para se falar de Deus. Por esse motivo, nessa teologia, “as coisas divinas são consideradas não como sujeito de ciência, mas como princípios do sujeito e tal é a teologia que os filósofos expõem e que, com outro nome, é chamada de metafísica”. Nesse caso, como ainda devo explicitar, importa caracterizar Deus como princípio e causa de tudo que é e demonstrar sua consistência ontológica, por meio? da apreensão das perfeições das criaturas e do modo? como a própria criação se determina. Já a teologia enquanto Sacra Doctrina, por causa de sua referência à Sagrada Escritura e ao testemunho dos santos, considera “as próprias coisas divinas por si mesmas”. Ainda que a Sagrada Escritura fale dos homens e da criação, é sempre a partir da ação divina ou das finalidades instituídas por Deus que a criação é mencionada. Isso significa que a teologia revelada é uma ciência específica. Sua peculiaridade advêm da dupla caracterização tomásica do conceito? de ciência. Na Suma Teológica, por exemplo, Tomás mostra que há ciências que “procedem de princípios que são conhecidos à luz? natural? do intelecto?, como a aritmética, a geometria etc.” Por outro lado, há ciências que “procedem de princípios conhecidos à luz de uma ciência superior?”. Um dos exemplos que Tomás apresenta em relação a este último tipo de ciência é a música, que depende da aritmética para se estruturar. A teologia cristã é um tipo de ciência que depende de uma ciência superior. A ciência fonte? que condiciona e possibilita a teologia cristã se manifesta na “ciência de Deus e dos bem?-aventurados”. Por “ciência de Deus” Tomás entende o modo como Deus, que é inteligência suprema, intelige a si mesmo e a tudo que é de modo intuitivo e não discursivo ou conceitualmente mediatizado. Assim, Deus conhece tudo simultaneamente, seja a si, as ideias produzidas intra-trinitariamente ou os indivíduos. Por outro lado, os bem-aventurados (santos) experimentaram intensamente a presença de Deus e trouxeram sinais dessa presença para os homens. Como disse Tomás, em sua Exposição sobre o credo: “tudo que os santos creem e nos transmitem sobre a fé cristã está autenticado com o sigilo de Deus. Este sigilo são as obras que criatura alguma é capaz de realizar, os milagres, com os quais Cristo confirmou as palavras dos apóstolos e dos santos”. A ciência de Deus e dos santos (autoridades da tradição) formam a base epistemológica da ciência teológica revelada. Por que, então, a metafísica conhece verdadeiramente a Deus, porém de modo incipiente, se comparado com o conhecimento? nascido da fé? [AMCMistica ]
LÉXICO: teologia; teopneustia; teopantismo; teonomia; teomonismo; teomaquia; teomancia; teognose; teodiceia; teocrasia; teocracia?; teocentrismo