Fernando Gil, MODOS DA EVIDÊNCIA. Lisboa: INCM, 1998, p. 22-26
«Se, de acordo com o imaterialismo, a matéria não existe, como vemos o que vemos?» Rosa Alice Branco consagrou a sua tese de mestrado a esta pergunta, que está no cerne da filosofia do conhecimento de Berkeley.
Será então preciso recorrer a Deus para assegurar a realidade do mundo? A leitura de Rosa Alice Branco sugere, é caso de o dizer, que a percepção contém dentro de si, na sua finitude, recursos suficientes para instituir a (...)
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Leibniz
Matérias
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Fernando Gil (ME:22-26) – a sugestão
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Mariás (TH) – Leibniz
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de Julián Mariás, "O TEMA DO HOMEM"
Gottfried Wilhelm Leibniz nasceu em Leipzig no ano 1646 — justamente meio século depois de Descartes — e morreu em Hannover em 1716. É conhecida sua portentosa formação intelectual, que ia desde a matemática até a história, da física à teologia, do direito à metafísica, e que abrangia a totalidade do saber de seu tempo. Se houve realmente um espírito enciclopédico, depois de Aristóteles, foi na verdade Leibniz. Daí a grandeza incomparável de seu pensamento: em (...) -
Collingwood: Da transitoriedade de um problema filosófico
5 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroCOLLINGWOOD, R. G.. An Autobiography. Oxford: Oxford Universiy Press, 1939, p. 68-69
Having thus with regard to the supposed permanence of philosophical problems found the ’realist’ conception of philosophical history false at every point where I could think of testing it, I turned to another aspect of the same conception: namely the ’realists’ ’ distinction between the ’historical’ question ’what was So-and-so’s theory on such and such a matter ?’ and the ’philosophical’ question ’was he right?’ (...) -
Leibniz (Mariás) – Excertos da obra
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcertos de Julián Mariás, "O TEMA DO HOMEM"
A NOÇÃO DA SUBSTÂNCIA INDIVIDUAL
Visto que as ações e as paixões pertencem propriamente às substâncias individuais (actiones sunt suppositorum), seria necessário explicar o que é tal substância. É muito certo que quando se atribuem predicados diversos a um mesmo sujeito, a este sujeito não se atribui a nenhum outro, chama-se-lhe substância individual; mas isto não basta, e tal explicação é só nominal. Deve-se considerar, pois, o que significa ser atribuído (...) -
Schelling (SMEP:61-63) – Não sou eu sabendo, mas a totalidade sabendo em mim
18 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroBowie, Andrew. Schelling and modern European philosophy: an introduction. New York: Taylor & Francis, 2001, p. 61-63
Schelling’s first, thoroughly subversive, move beyond the subject is the following: ‘It is not I that know, but rather only the totality (All) knows in me, if the knowledge which I call mine is a real, a true knowledge’ (ibid. p. 140). Schelling makes a clear distinction between the empirical knowledge generated in synthetic judgements and ‘knowledge’ in terms of the (...) -
Thonnard: Leibniz
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de «Compêndio de História da Filosofia»
CARÁTER GERAL.
358. — A obra de Leibniz, complexa como o seu autor, parece ao mesmo tempo travar e impelir o espírito moderno; aparece primeiro como uma forte reação, em nome da doutrina tradicional, contra o individualismo e a crítica destrutiva de Descartes. Leibniz respeita e utiliza os antigos : o seu desejo é reencontrar o que ele chama a “Philosophia perennis“, constituída pelos elementos verdadeiros de todos os sistemas. O espírito geral parece, (...) -
Leibniz (NEEH) – inatismo virtual
7 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroLeibniz, Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, trad. de A. Sérgio, pp. 65-68.
A. Sérgio
Filaleto — Suposto que de fato existam verdades que possam estar impressas no entendimento sem que este se aperceba da sua existência, não vejo como, pelo que toca à origem, elas possam diferir daquelas que ele é só capaz de conhecer.
Teófilo — O espírito não é só capaz de conhecer essas verdades: é também capaz de as achar em si; e, se tivesse só a simples capacidade de receber conhecimentos, ou um dom (...) -
Schopenhauer (MVR1:138-141) – Razão Prática
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 138-141]
Jair Barboza
Após as considerações sobre a razão enquanto faculdade especial e exclusiva do homem, e sobre aqueles fenômenos e realizações próprios da natureza humana, falta ainda falar da razão na medida em que conduz a ação das pessoas, portanto, podendo nesse aspecto ser denominada PRÁTICA. Porém, o que aqui será mencionado encontra em grande (...) -
Ferreira da Silva (TM:121-125) – o "ser" in-fuso
10 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[FERREIRA DA SILVA, Vicente. Transcendência do Mundo. São Paulo: É Realizações, 2010, p. 121-125]
Por vezes o pensamento se aconchegou ao conceito de que muito acima do particularismo ciumento e excludente das coisas finitas se elevaria o princípio imparcial e majestático do Ser. O Ser seria a justiça por sobre a injustiça cavilosa e mal-querente dos entes individuais. O Ser seria efusão e não infusão. Uma vontade que se quisesse unicamente a si mesma, uma paixão de si, não seria qualidade atribuível (...) -
Barbuy: Physis e Natureza
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 87-96.
Sabe-se que as origens da filosofia se encontram na meditação sobre o mistério e a essência da Natureza. Os pré-socráticos têm sido habitualmente mal compreendidos e por vezes considerados materialistas ou cientistas embrionários que apenas anunciaram os grandes progressos da ciência que veio depois deles. Basta contudo ler os fragmentos dos pré-socráticos para que o sentido do seu pensamento apareça totalmente (...) -
Barbuy: Romantismo
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 87-96.
Se o romantismo tivesse sido o que pretenderam os salões galantes do século XIX e o que diz Victor Hugo no prefácio de “Cromwell”, não teria passado de uma revolução de regras e adjetivos, sem substância e sem uma visão própria da realidade. Longe de um florescimento do divino e do feérico, o romantismo não seria mais do que uma fuga à “realidade” científica, mascarada pela admissão do grotesco na arte, como o (...)