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jogo

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

A atividade lúdica traduz também uma ação livre, que supera as motivações naturais. “Preliminarmente trata-se de definir” – diz Johann Huizinga em seu livro Homo Ludens -“os caracteres formais que são próprios da atividade que denominamos jogo (Spiel)”. Todos os investigadores põem a tônica no caráter desinteressado do jogo. Esse “algo”, que não é a vida comum, está além do processo de satisfação imediata das necessidades e impulsos e interrompe mesmo esse processo. Para Frobenius, entretanto, a força lúdico-criadora, que determina as formas culturais, é suscitada e induzida em nós por momentos transcendentes. O homem representa, desempenha, “joga”, o aspecto da realidade, o Weltaspeckt que se assenhorou de sua consciência; o poder demoníaco-criador é, portanto, desencadeado na forma de ações culturais pela “ordem cósmica” que invadiu sua alma. A cultura não é um simples jogo ou uma forma superior do jogo, como queria Huizinga. O estado de fascinação provocado por uma imagem do mundo, por uma epifania de realidades superiores, é essencial à ação criadora e instituidora de formas socioculturais. Frobenius, em seu livro A Civilização Africana, diz-nos o seguinte: “A civilização nasce quando a essência das coisas se revela ao homem, quando disposto a abandonar-se, ele acolhe essa essência”. [VFSTM  :141]


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