Platão distingue o raciocínio matemático dianoia, da compreensão do dialético (noesis), e Aristóteles distingue o raciocínio (logos) de um tipo mais intuitivo de postulação de verdades (noûs), tanto de verdades universais como definições científicas de tipos naturais, quanto na ética de tais verdades particulares, assim tenho argumentado (‘Aristotle on the role of intellect in virtue’, Proceedings of the Aristotelian Society n.s. 74,1973-4,107-29, repr. in A.O. Rorty, ed., Essays on Aristotle’s Ethics, University of California 1980, 201-19), pois ‘isso é o que é exigido de nós agora’. |
Platão
Agora entenda que para mim existem os seguintes quatro atributos na alma distribuídos pelas quatro divisões [da linha]: coloque a intelecção (noesis) sobre a divisão mais alta, a razão (dianoia) sobre a segunda, a convicção (pistis) sobre a terceira, e conjecturas (eikasia) sobre a última …. [República de Platão 6, 511D6-E2]
Aristóteles
E a compreensão (noûs) é das últimas coisas em ambas as direções. Pois há compreensão, não raciocínio (logos), das primeiras definições e das últimas coisas. A compreensão em demonstrações científicas é das primeiras definições imutáveis. A compreensão em demonstrações práticas é a última coisa, a premissa contingente e menor. Pois estes são pontos de partida [para alcançar] a meta, uma vez que os universais vêm dos particulares. Então é preciso ter percepção (aisthesis) disso e essa percepção é compreensão. [Aristóteles EN 6.11, 1143a35-b5]
No neoplatonismo, o raciocínio (logos, dianoia, latim ratiocinatio, ratio) é um processo passo a passo, em contraste com a compreensão intuitiva, convencionalmente em conexão com esse período traduzido como ‘intelecto’ (noûs, latim intellectus), que às vezes é o objetivo do raciocínio. |
Portanto, como o raciocínio (ratiocinatio) está para o entendimento (intellectus), o que vem a ser para o que é, o tempo para a eternidade, o círculo para o centro, assim é o curso inconstante do destino (fati series mobilis) à simplicidade imóvel da providência (providentia). [Boécio Consolação 4, prosa 6, seção 17]