Frithjof Schuon — Esoterismo como Princípio e como Via
A Via da Unidade
A unicidade do objeto exige a totalidade do sujeito; a natureza única e incomparável de Deus é obrigatória ao caráter total da fé. Essa relação necessária e constrangedora prova que a tese islâmica da salvação pela fé sincera em Deus resulta da natureza das coisas. Isto significa que a aceitação da Verdade una não é uma atitude fácil e que não leva a nada; pelo contrário, ela implica, afinal, em tudo o que somos.
A totalidade do sujeito humano comporta duas dimensões: uma horizontal, outra vertical. Crer totalmente em Deus é, primeiro, procurar assemelhar-se a Ele no plano humano. A deiformidade específica do gênero humano nos obriga a uma deiformidade livremente consentida e realizada. É a essa vocação de perfeição horizontal que se refere a injunção de Cristo: “sede perfeitos como vosso Pai no céu é perfeito”. Em seguida, ou paralelamente, intervém a vocação da perfeição vertical, que consiste em unir-se, no coração, à Presença imanente de Deus; perfeição de certa forma sobre-humana, porque transpessoal. Primeiro, “semelhança” ou “analogia” horizontal, que é a virtude que se manifesta pelas atitudes e atos;a seguir, “identidade” vertical; eis então a união que, sendo a função humana de nosso conhecimento e de nosso esforço, é, fundamentalmente, um mistério da Graça.
-A unicidade do objeto (Deus) exige a totalidade do sujeito (o homem)
-Que é crer totalmente em Deus?
-Transcendência objetiva e imanência subjetiva
-Transcendência subjetiva e imanência objetiva
-Crer no Uno, inteira e sinceramente
-Que é a fé?
-A respeito do “mérito obscuro” da fé
-A fé perfeita
-O ato da fé é a lembrança de Deus