(MPPF)
Mas, se o campo fenomenal é um mundo novo, ele nunca é absolutamente ignorado pelo pensamento natural, ele lhe está presente no horizonte, e a própria doutrina empirista é uma tentativa de análise da consciência. MPFP: Intro II
A crítica da hipótese de constância e, mais geralmente, a redução da ideia de “mundo” abriam um campo fenomenal que devemos agora circunscrever melhor, e convidavam-nos a reencontrar uma experiência direta que é preciso situar, pelo menos provisoriamente, em relação ao saber científico, à reflexão psicológica e à reflexão filosófica. MPFP: Intro IV
Este campo fenomenal não é um “mundo interior”, o “fenômeno” não é um “estado de consciência” ou um “fato psíquico”, a experiência dos fenômenos não é uma introspecção ou uma intuição no sentido de Bergson. MPFP: Intro IV
A explicitação que tinha posto a nu o mundo vivido, aquém do mundo objetivo, prossegue em relação ao próprio mundo vivido, e põe a nu, para aquém do campo fenomenal, o campo transcendental. MPFP: Intro IV
Era preciso que frequentássemos o campo fenomenal e travássemos conhecimento, por descrições psicológicas, com o sujeito dos fenômenos, se não quiséssemos, como a filosofia reflexiva, situar-nos de imediato em uma dimensão transcendental que teríamos suposto eternamente dada e deixar escapar o verdadeiro problema da constituição. MPFP: Intro IV
Mas, agora que o campo fenomenal foi suficientemente circunscrito, entremos neste domínio ambíguo e firmemos aqui, com o psicólogo, nossos primeiros passos, esperando que a autocrítica do psicólogo nos conduza, por uma reflexão de segundo grau, ao fenômeno do fenômeno e converta, decididamente, o campo fenomenal em campo transcendental. MPFP: Intro IV
Pelo menos à primeira vista, haveria uma maneira de elidir a questão; seria admitir que no final das contas a grandeza e a forma nunca são percebidas como os atributos de um objeto individual, que elas são apenas nomes para designar as relações entre as partes do campo fenomenal. MPFP: II III
A objeção seria válidas e nós nos limitássemos a reencontrar, sob o nome de fenômeno ou de campo fenomenal, uma camada de experiências pré-lógicas ou mágicas. MPFP: II IV