Característica daquilo que não engana ou que tem o hábito de dizer a verdade: fala-se da veracidade de um historiador, — Descartes, pensando que a “bondade” de Deus o impede de nos enganar (de fazer um mundo em si diferente do que o nosso conhecimento nos revela), falou da veracidade divina: “É em virtude da veracidade divina que podemos concluir, quando percebemos o mundo, que é o “mundo verdadeiro” que nós percebemos e não uma ilusão.” A veracidade é o caráter moral de um comportamento. Distingue-se da “verdade”, que é o caráter teórico de um conhecimento; a noção de veracidade aproxima-se da noção de autenticidade: designa uma maneira de viver a verdade e de “ser verdadeiro” ou sincero, isto é, uma virtude moral. [Larousse]
1. Caráter do discurso que exprime a convicção de quem o pronuncia e, portanto, não pode ser fonte de engano em quem ouve. Nesse sentido, Locke chamava a veracidade de “verdade moral”, e a distinguia de verdade “metafísica”, que é a conformidade das ideias às coisas (Ensaio, IV, 5, II). Mas para isso Leibniz usava a palavra veracidade (Nouv. ess., IV, 5, 11).
2. Às vezes, veracidade significa sinceridade, que não é uma qualidade do discurso, mas da pessoa que faz habitualmente discursos verazes. Nesse sentido, Descartes falara em “veracidade divina”, afirmando que Deus não pode enganar-nos, no sentido de não poder ser causa de erros (Méd., IV). [Abbagnano]