(lat. Unicus; in. Unique; fr. Unique; al. Einzig; it. Único).
1. O que não é a espécie de um gênero, entendendo-se por gênero uma determinação de que possam participar várias espécies. Nesse sentido só Deus é único (v. Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 3, a. 5).
2. O que está só na sua espécie, isto é, o único indivíduo pertencente a determinada espécie. Nesse sentido, na metafísica tradicional podem-se dizer que os anjos são únicos, pois é impossível existirem dois da mesma espécie, porquanto são desprovidos de matéria, que distingue os pertencentes a uma mesma espécie (cf. Tomás de Aquino, Suma Teológica, I, q. 50, a. 4). Stirner entendia do seguinte modo a unicidade: “Eu, o único, sou o homem. A pergunta ‘que é o homem?’ se transforma na questão ‘quem é o homem?’. No “que” procurava-se o conceito; no “quem” a questão resolvida porque a resposta é dada pelo mesmo que pergunta” (Der Einzige und sein Eigentum, 1845; trad. it., p. 270). O que é o quem, a espécie é o indivíduo (v. anarquismo).
3. O que não é substituível em seu valor ou em sua função. Nesse sentido, qualifica-se de única uma pessoa ou uma obra de arte; em matemática, o valor de uma função.
4. O que não se repete ou não se repete de modo idêntico. Nesse sentido qualifica-se de único o acontecimento histórico como tal (v. história).
5. O que pode ser efetuado de um só modo; nesse sentido dizemos que uma operação é única: p. ex., a decomposição de um número em fatores primos. [Abbagnano]