É interessante observar que desde o artigo de 1991, “Le pouvoir d’être soi…”, pp. 34-35, V. Descombes aproximava as teses de Tesnière das de outros linguistas filósofos, citando em bom (e devido) lugar Ortigues em apoio a duas teses cardeais: a. “não existem pronomes pessoais” (cf. Le Discours et le Symbole, p. 155: “Eu e Tu não têm absolutamente O lugar de um nome. Eu e tu são deflexivos do verbo, isto é, valores que, primitivamente atribuídos ao verbo por flexão (como em latim), foram em seguida designados por uma pequena palavra à parte. Eu e Tu são invariáveis em gênero e em número, pois designam uma função; são ‘neutros’ como a função e admitem somente uma variação em caso […]. Não são Eu e Tu que representam nomes, são ao contrário os nomes ‘Pedro’ ou ‘Paulo’ que representam pessoas, isto é, seres capazes de dizer ‘eu ou de quem se pode esperar uma resposta ‘Tu…”’) e b. “Mim e Ti são, se não nomes, pelo menos formas nominais” (ibidem, p. 158: “É assim que eles podem ser atributos (“Pertence a mim”), aposição (“Quanto a mim, penso que”), construir-se com uma preposição (“para mim”), ou como segundo termo de uma comparação (“mais forte em relação a mim”), ou com o modo quase nominal do verbo (“Faça isso para mim! E cabe a mim protestar!”). Enquanto que Eu e Tu são operativos no plano do verbo, Mim e Ti são projeções da pessoa no plano do nome”). [LiberaAS:43-44 Nota]