Phthora, como termo do processo conhecido por kinesis, é um correlato de genesis, o começo do processo, e deve ser vista nesse contexto (assim Anaximandro, Diels 12B1). Por isso, aos seres que não têm kinesis como o on de Parmênides (frg. 8, v. 26) e os eide de Platão (Fédon 78a), falta-lhes tanto a genesis como «a morte» (ver Parmênides, frg. 8, verso 27 onde o corolário é especificado). Dentro do mundo dos sensíveis (aistheta) Platão fez uma análise altamente desenvolvida da mudança (ver metabole) na qual genesis – phthora surgem na categoria do que é para Aristóteles «mudança substancial». Num destes passos (Leis 894a) há uma quase definição de phthora como «mudança para outra constituição (hexis)». Em Aristóteles a genesis é perpétua porque cada phthora é, de fato, uma nova genesis (De gen. et corr. I, 318a); ver genesis.
O problema da corrupção do kosmos é discutido na rubrica aphthartos, e o da alma na rubrica athanatos. [FEPeters]
phthorá (he): corrupção. Latim: corruptio.
Destruição de uma substância sensível. Aristóteles fala disso em seu tratado Da geração e da corrupção: Peri genéseos kai phthorâs. Pitágoras ensinava que a matéria (hyle) está sujeita à corrupção (Aécio, I, XXIV, 3).
Adjetivos derivados: phthartós / phthartos: corrompido, destruído; corruptível, destrutível. “Uma substância deve necessariamente ser eterna ou corruptível” (Aristóteles, Met., 3). “Os seres eternos são anteriores aos seres corruptíveis” (íbíd., 0, 8). O intelecto passivo é corruptível (Aristóteles, De an., III, 5). Aristóteles aplica também essa noção à política: destruição de um poder (Pol., V, X, 38). v. áphthartos / aphthartos. [Gobry]