Filosofia – Pensadores e Obras

pessoal

Estamos na iminência de ingressar num ciclo histórico sem personagens ou atores individuais, num universo promíscuo e arquetípico, no qual serão talvez anuladas desde o início quaisquer veleidades de ser em módulo pessoal. A vida individual, egológica, personalíssima, foi uma conquista, uma estrela temporária no céu da história e, como tal, teve o seu gráfico de crescimento, apogeu e morte. Aquelas condições propícias que suscitaram o turgor da forma pessoal, da paixão da autoconsciência no tríptico da história, empalidecendo, arrastaram consigo o alto relevo da estela humanística. A própria consciência de que essa “conquista” do modo de ser livre, irrestrito da antropogênese foi o desenvolvimento de um pressuposto inerente à representação básica de nossa cultura, já constituiu uma limitação à independência desse nosso modo de ser. Somos uma possibilidade emergente de um tema que não foi proposto por nós e que determinou e comandou o nosso modus essendi. A variação volta agora à configuração temática, o originado volta à origem. O impulso de transcendência, que instigou o pensamento atual, levou-nos de superação em superação a esse saber-original, que se manifesta como o nada humano, como um saber das origens que significa a origem como saber. A origem absorvendo em si todo o originado. [131] O regime do ente confessa então a sua natureza adventícia e consignada, a sua diáfana independência e reingressa em seu próprio fundamento: o originado volta à origem. [VFSTM:131-132]