(in. Performative; fr. Performatif; it. Performativó).
Foi esse o nome dado por L. Austin à classe de enunciados que, apesar de terem forma de enunciados descritivos, não o são e preenchem duas condições: 1) não descrevem, não relatam e não constatam nada, e tampouco são verdadeiros ou falsos; 2) pronunciar o enunciado é realização de uma ação ou de uma parte dela, mais precisamente de uma ação que não é normalmente descrita como um simples “dizer algo”. Exemplos disso são o clássico “Sim” com que os noivos respondem à pergunta sacramental durante a cerimônia nupcial, ou as frases seguintes: “Dou a este navio o nome de ‘Rainha Elizabeth’”, pronunciada na cerimônia de lançamento de um navio ao mar, ao se quebrar uma garrafa contra o casco; “Deixo meu relógio como herança a meu irmão”, ou frases semelhantes, frequentes em testamentos; “Aposto um milhão que amanhã chove” (cf. How to do Things with Words, 1962, p. 5).
Austin chamou o performativo de ilocução (illocution), para distingui-lo da locução, que é uma expressão com denotação e conotação, e da perlocução, que é a forma persuasiva de uma expressão (Ibid., pp. 98 ss.). [Abbagnano]