(in. Pathological; fr. Pathologique; al. Pathologisch; it. Patológico).
O que representa doença ou manifestação de doença. O único uso especificamente filosófico deste termo encontra-se em Kant, em que designa tudo o que diz respeito à “faculdade inferior de desejar”, ou seja, ao conjunto das inclinações humanas naturais. Do ponto de vista kantiano, não é patológico somente a chamada “faculdade superior de desejar”, que é a razão prática independente de todas as inclinações sensíveis (Crít. R. Prática, § 3S Schol. I). J. Bentham chamou de patologia a consideração e a classificação dos móveis sensíveis da conduta, indicando com esse termo “a teoria da sensibilidade passiva”, enquanto chamava de dinâmica “o uso possível, por parte do moralista e do legislador, desses mesmos móveis para determinar a conduta humana com vistas à máxima felicidade possível” (Springs of Action, 1817). [Abbagnano]
O anormal, doente. — A noção de “patológico” é difícil de precisar (Ganguilhem): um organismo pode comportar uma diferença anormal (mão humana com seis dedos) e ser um organismo são. O patológico não é, assim, o anormal no sentido de “característica excepcional”, sobre a qual não se pode basear uma média estatística. A alteração patológica não deve ser confundida com a “irregularidade estatística”. O patológico aparece quando se nota uma desadaptação (biológica ou psicológica) entre o indivíduo e o meio: do ponto de vista biológico, quando há perturbação funcional (hipertensão, por exemplo) ou lesão morfológica (úlcera do estômago, por exemplo); do ponto de vista psicológico, quando ocorre, da mesma maneira, tensão exagerada (inibição, complexo), impedindo a expansão da personalidade, ou fracasso e desadaptação social permanentes. Vê-se que a noção de “patológico” não tem significado absoluto; ela caracteriza um “modo de relação” com o meio e com o outro, uma ruptura da adaptação. (V. normal.) [Larousse]