Filosofia – Pensadores e Obras

onisciência

Este atributo significa que o conhecer de Deus é infinito e, por isso, abarca, da maneira mais perfeita, todo cognoscível. Deus, como Ser puramente espiritual e isento de toda potencialidade (ato, potência) está sempre conhecendo; nele se identificam o sujeito cognoscente, o objeto conhecido e o ato de conhecer. — Donde, Deus está sempre consigo em permanente autoconsciência, penetra seu mais íntimo ser num único e imutável ato de infinita clareza (= conhecimento compreensivo). Contudo, visto sua infinita essência ser o fundamento ontológico da possibilidade intrínseca dos seres finitos, Deus conhece também em sua essência todas as coisas e verdades possíveis (ciência de simples inteligência). Pelo contrário, a realidade das coisas, assim como os acontecimentos (para nós) pretéritos, atuais e futuros, Deus os conhece em seu decreto de os produzir ou de os levar a cabo (juntamente com os seres criados). (concurso de Deus) (ciência de visão). Contudo, segundo o molinismo, este decreto, no que tange aos atos livres das criaturas, supõe a chamada ciência média (presciência divina), em virtude da qual Deus conhece, desde toda a eternidade, em sua simples essência os atos livres condicionalmente futuros daquelas.

Por conseguinte, a ciência divina não é passiva. Deus não é determinado a conhecer, como nós o somos, pelas coisas, mediante o influxo físico delas proveniente, mas conhecendo sua própria Essência e o decreto de sua Vontade, conhece a essência e a existência das coisas. — Rast. [Brugger] (v. teodiceia)