A onipresença de Deus é o seu estar presente em todas as coisas. Os corpos ocupam espaço por sua extensão, devido à qual deslocam outros corpos; ao invés, os espíritos puros, por não estarem sujeitos às leis da matéria, ocupam o espaço por sua ação sobre o extenso. Também Deus está presente nas coisas, enquanto as conserva e opera nelas. Por ser inespacial e simples (simplicidade), as coisas espaciais não podem ter, relativamente a Ele, nenhuma relação espacial. Neste sentido, Deus não está “dentro” nem “fora do mundo”, não o enche à maneira de um éter sutil, nem opera “de fora” sobre ele, mas é-lhe, na ordem ontológica, plenamente interior (imanente), permanecendo todavia separado dele (transcendente), pois que jamais se funde com ele para constituir uma unidade. Pelo que, o espaço infinito não é um atributo ou manifestação de Deus (Spinoza). — Enquanto a onipotência pressupõe a existência de coisas criadas, sendo, portanto, um atributo relativo e “temporal” de Deus, mas que apenas exprime uma relação real a Deus por parte das coisas, a imensidade identifica-se com Deus, enquanto Ele, mercê de sua infinidade, pode sempre criar e conservar mundos maiores e, por conseguinte, estar presente neles. imanência, infinito. — Rast. [Brugger]