(lat. noologia; fr. Noologie, al. Noologie; it. Noologia).
Termo inventado por Calov em Scripta philosophica (1650) para indicar uma das duas ciências auxiliares da metafísica [a outra é a gnosiologia], mais precisamente a que tem por objeto as funções cognitivas. Esse termo foi retomado no século seguinte por Crusius e outros, no mesmo sentido ou em sentidos análogos. Kant chamou de noologistas aqueles que, como Platão, acham que os conhecimentos puros derivam da razão, em contraposição aos em-piristas, que os julgam derivados da experiência (Crít. R. Pura, Doutr. transc., do método, cap. IV). Ampère propôs chamar de noológicas todas as ciências do espírito (Essai sur la philosophie des sciences, 1834). Nenhum desses usos teve sucesso. [Abbagnano]
O termo noologia tem sua origem na palavra grega noûs, que em grego significa espírito. O termo noológico tem sido empregado modernamente na filosofia, para tudo quanto concerne ao espírito.
A Noologia é, em suas linhas gerais, a ciência do espírito (a Geistelehre dos alemães), e corresponde à Psicologia Metafísica dos escolásticos, pois não é apenas uma descrição do funcionar do psiquismo humano, mas uma especulação em torno de temas transcendentais, metafísicos, como a origem e o fim da alma humana, prova ou não de sua existência.
Não só examina o funcionar psicológico racional, como também as suas raízes intuicionais e afetivas, e penetra no âmbito da problemática gnoseológico-crítica, que pertence especificamente ao campo da Teoria do Conhecimento ou Gnoseologia.
À psychologia rationalis dos escolásticos seguiu-se a grande contribuição crítica da psicologia de nossos dias, o que convém consignar, cujo ímpeto é devido em grande parte às críticas elaboradas por Kant e às análises em profundidade procedida por psicólogos modernos.
A Noologia não se cinge apenas ao estudo do funcionar noético, mas também investiga as suas raízes, origens e fins, incorporando deste modo toda a imensa contribuição do especular escolástico sobre o tema da alma. Por outro lado não pode deixar de examinar as teorias propostas para explicar o advento do homem, embora tais temas sejam propriamente das disciplinas antropológicas. Também não pode desinteressar-se dos fins a que tendem, e a discussão em torno deste ponto se impõe cada vez mais. [MFS]