Filosofia – Pensadores e Obras

empírico

(gr. empeirikos; in. Empirical; fr. Empirique; al. Empirisch; it. Empírico).

Esse adjetivo tem os seguintes significados principais, nem todos redutíveis aos significados do substantivo correspondente, experiência.

1) Designa, em primeiro lugar, a espécie de saber que se adquire através da prática, através da repetição e da memória. Nesse sentido, corresponde ao significado 1 de experiência e opõe-se a racional, assim como a experiência se opõe à arte e à ciência.

2) Empírico significa intuitivo ou sensível; são chamados de empírico os elementos sensíveis de que é constituído o conhecimento intuitivo ou sensível. Esse significado corresponde ao significado 2, a) de experiência e seu oposto é intelectual. Nesse sentido Kant chama de empírico o material da experiência constituído pelas sensações, ao passo que chama a priori ou intelectuais as formas ou condições da experiência.

3) E, é o atributo do conhecimento válido, do conhecimento que pode ser posto à prova ou verificado, e opõe-se a metafísico, enquanto atributo de uma pretensão cognitiva infundada, não verificável. Nesse sentido, esse adjetivo corresponde ao significado 2, b) da palavra “experiência”.

4) empírico contrapõe-se a experimental quando indica a experiência bruta ou a observação não controlada, confrontada ao experimento, que é a observação controlada e provocada.

5) empírico significa factual, e “enunciado empírico” é um enunciado que diz respeito a estados de fato. Nesse sentido, esse adjetivo contrapõe-se a analítico, que qualifica os enunciados que exprimem simples relações conceituais ou linguísticas. [Abbagnano]


gr. empeirikos, empeirike, empeirikon

O baseado na experiência e na observação, sejam ou não metódicas. — Observa-se o sentido voluntariamente pejorativo que tomou o termo desde o século XVIII: o empírico era o “curandeiro” de aldeia, benévolo e sem diploma, frequentemente um charlatão. Contudo, a experiência não é de modo nenhum condenável: ao contrário, a ciência a reivindica muito, sob a condição de que não se limite à rotina de uma tradição e que não exclua a contribuição do espírito representada pela teoria, pela hipótese e pela invenção. Além disso, distingue-se a experiência comum, que fazemos por intermédio dos sentidos, e a experiência científica, que é feita com a ajuda de instrumentos de medida (um termômetro, por exemplo) e que dá uma expressão quantitativa das coisas. Quando a experiência é preparada e condicionada em laboratório, fala-se de “experimentação”. [Larousse]