(in. Desperation; fr. Désespoir; al. Verzweiflung; it. Disperazioné).
Segundo Kierkegaard, é “a doença mortal”, a doença própria da personalidade humana e que a torna incapaz de realizar-se. Enquanto a angústia se refere à relação do homem com o mundo, a desesperança refere-se à relação do homem consigo mesmo, em que consiste propriamente o eu. Nessa relação, se o eu quiser ser ele mesmo, pois é finito, logo insuficiente a si mesmo, não chegará jamais ao equilíbrio e ao repouso. E se não quiser ser ele mesmo chocar-se-á também contra uma impossibilidade fundamental. Em um e outro caso tropeçará na desesperança, que é “viver a morte do eu”, isto é, a negação da possibilidade do eu na vã tentativa de torná-lo auto-suficiente ou destruí-lo em sua natureza (A doença mortal, 1849, esp. parte I, C). Também para Jaspers a desesperança é um dos aspectos fundamentais da existência iPhil, II, 266 ss.; II, 225 ss.). [Abbagnano]