Filosofia – Pensadores e Obras

categórico

(gr. kategorikos; in. Categorical; fr. Catégorique; al. Kategorisch; it. Categórico).

Em geral, uma proposição ou um raciocínio não limitado por condições. Começou-se a chamar de categórico o silogismo aristotélico (Sexto Empírico, Pirr. hyp., II, 163) depois que os estoicos elaboraram a teoria do raciocínio hipotético (v. anapodítico). É muito provável que os estoicos considerassem que a teoria aristotélica do silogismo houvesse sido absorvida por sua teoria dos raciocínios hipotéticos, assim como consideravam absorvida em sua teoria dos axiomas ou proposições a teoria aristotélica da interpretação. Mas a lógica posterior (especialmente dos aristotélicos) simplesmente acrescentou as determinações estoicas às aristotélicas, falando, assim, de uma proposição categórica e de uma proposição hipotética, de silogismo categórico e de silogismo hipotético. Essa terminologia foi introduzida por Marciano Capela (De nuptiis, § 404 ss.) e por Boécio na tradição latina. Diz Boécio: “Os gregos chamam de proposições categóricas as que são pronunciadas sem nenhuma condição, ao passo que são condicionais as do tipo ‘se é dia, há luz’, que os gregos chamam de “hipotéticas”. Correspondentemente, o silogismo categórico ou “predicativo” é o formado por proposições categórico, enquanto aquele que consta de proposições hipotéticas é chamado de hipotético, isto é, condicional (Desyll. hipot., I, em P. L. 64, col. 833).

Essa terminologia conservou-se durante toda a tradição lógica do ocidente e foi aceita por Kant (Crít. R. Pura, Analítica dos conceitos, § 9), que, por sua vez, ampliou a distinção, aplicando-a aos imperativos, isto é, às máximas da vontade. Chamou de categórico o imperativo da moralidade, que não está sujeita a nenhuma condição e, portanto, tem uma “necessidade incondicionada e verdadeiramente objetiva”, valendo, consequentemente, para todos os seres racionais, quaisquer que sejam os seus seus desejos (Grundlegung zur Met. der Sitten, II) (v. imperativo). [Abbagnano]