CATALÉPTICA, REPRESENTAÇÃO (gr. phantasia kataleptike; lat. fantasia comprehensiva; al. Kataleptische Vorstellung; it. Rappresentazione catalettica).
Critério da verdade, segundo os estoicos, que chamaram de cataléptica, ou seja, compreensiva, a representação evidente ou que torna evidente o objeto que a produz. Segundo um testemunho de Cícero (Acad., II, 144), Zenão atribuía o significado da representação cataléptica à sua capacidade de apreender ou compreender o objeto: por isso, comparava a mão aberta à representação pura e simples; a mão que faz o gesto de agarrar, ao assentimento; a mão em punho, à compreensão cataléptica; as duas mãos estreitadas, uma sobre a outra, à ciência. Entretanto, segundo Diógenes Laércio (VII, 46) e Sexto Empírico (Adv. math., VII, 28), a representação cataléptica é a que provém do real subjacente e é impressa e marcada por ele de tal modo que é conforme com ele. Em outros termos, a representação cataléptica é o ato do intelecto que apreende o objeto ou é o ato do objeto que se imprime no intelecto; em ambos os casos, garante a presença do objeto e a conformidade da representação com ele. Os céticos, de Arcesilau em diante, puseram em dúvida o critério da representação cataléptica, negando que se pudesse ter certeza da verdade de uma representação qualquer (Sexto Empírico, Adv. math., VII, 162-64). [Abbagnano]