(in. Casuistry; fr. Casuistique; al. Kasuistik; it. Casistica).
Análise e classificação dos “casos de consciência”, isto é, dos problemas que nascem da aplicação das normas morais ou religiosas à vida humana. Na Antiguidade, os cínicos e os estoicos tiveram uma casuística. Houve e há uma casuística cristã, que, a partir de Pascal, muitas vezes foi acusada (Provinciales, 1657) de moralidade relaxada e comodista. A exigência de uma casuística moral foi encarada por Kant, que esclareceu o seu conceito da seguinte forma: “A ética, pela ampla margem que concede aos deveres imperfeitos, conduz inevitavelmente a questões que levam o juízo a ter de decidir como a norma deve ser aplicada aos casos particulares ou que norma particular (subordinada) fornecer por sua vez (desse modo, podemos sempre perguntar qual é o princípio de aplicação dessas normas, segundo os casos que se apresentam); e assim, a ética desemboca na casuística”. A casuística não é ciência nem parte de ciência, pois nesse caso seria dogmática, mas é “um exercício que ensina como a verdade deve ser procurada” (Met. der Sitten, II, Intr., 18, nota). [Abbagnano]