(gr. to nun; lat. Nunc; in. Now; fr. Instant; al. Jetzt; it. Ora).
Entende-se por este termo, na linguagem filosófica, o momento presente como limite ou condição do tempo, portanto diferente do instante, que é uma espécie de encontro entre a eternidade e o tempo. Segundo Aristóteles, o agora é o presente instantâneo, sem duração, que serve de limite móvel entre o passado e o futuro (Fís., IV, 11, 219 a 25). Essa noção reaparece com frequência nas especulações medievais sobre o tempo. Algumas vezes, o agora foi concebido como uma res fluens que logo se corrompe falha, sendo suplantada por outra (cf. Pedro Auréolo, In Sent, II, d. 2, q. 1, a. 3). Essa concepção foi combatida por Ockham, que identificou o agora com a posição do móvel cujo movimento é tomado como medida do tempo (Summulae in libros physicorum, IV, 8). Na filosofia contemporânea, esse termo foi empregado por Husserl para indicar o horizonte temporal da vivência. Como nenhuma experiência pode cessar sem a consciência de cessar ou de ser cessada, essa consciência é um novo instante presente ou agora. “Isto significa que cada agora de uma experiência tem um horizonte de experiências que, também estas, têm a forma originária do agora e, como tais, constituem o horizonte originário do eu puro, o seu agora de consciência, abrangente e originário Ideen, I, § 82). [Abbagnano]
(Do latim hac hora, nesta hora, neste instante).
a) Significa-se, com esse termo, o que medeia entre o foi e o será, o instante presente.
b) Para Aristóteles e para os escolásticos, é o término do pretérito e princípio do futuro. É um quid indivisível. Um agora não contém outro agora. Por ele é numerado o tempo, antes e depois. É pelo agora, que temos noção do tempo. Não é tempo, mas acontece no tempo. Agora é também o número de todas as coisas móveis, que se movem no tempo. Entre dois agoras dá-se o tempo como meio. No agora nada se move ou se aquieta. No agora, não há algo anterior, e serve para divisão do tempo. [MFSDIC]