Filosofia – Pensadores e Obras

abstinência

(De abstineo, latim = manter-se afastado).

a) Consiste em impor-se voluntariamente, com finalidade moral ou religiosa, a privação de determinadas coisas de que a nossa natureza física carece.

b) Na Ética, renúncia voluntária à satisfação de um desejo ou de uma necessidade.

c) Recomendada pelos estoicos. Sua máxima: «Abstine et sustine» preceito de Epicteto, tendente a tornar a alma inde-

pendente da natureza, e a dar-lhe a posse integral de si mesma. Exaltava, assim, a grandeza da individualidade humana, por uma superação do homem.

d) Em sentido cristão, funda-se a abstinência na humildade. É ela uma expiação, neste mundo, do mal que permanece no homem, por culpa de seu pecado e pelo de seus antepassados. Também abstenção de comer carne em determinadas datas religiosas (dias de abstinência).

e) É o principal caráter da moral ascética, que vê na vida uma decadência; na sociedade, um estado de queda e, na natureza, um castigo. Esta acepção decorre do sentido acima.

f) Usado por Nietzsche no sentido estoico, não, porém, como norma contínua, mas descontínua, alternando-a com a intemperança. Para este, a abstinência seria um ato voluntário, um domínio sobre si mesmo como treinamento da vontade, porquanto se ela se tornasse contínua se transformaria em hábito, não oferecendo o prazer da vitória.

g) Usado contemporaneamente para indicar a renúncia do uso de alimentos ou prazeres.