Filosofia – Pensadores e Obras

grandeza

(gr. megethos; lat. magnitudo; in. Size, Magnitude; fr. Grandeur, al. Grösse; it. Grandezzá).

Segundo Aristóteles, quantidade mensurável, distinta da multiplicidade, que é a quantidade numerável, e a ela correspondente. Aristóteles acrescenta que, enquanto a multiplicidade é potencialmente divisível em partes não contínuas, a grandeza é divisível em partes contínuas. Portanto, são grandeza o comprimento, a largura, a profundidade (Met., V, 13, 1020 a 7). Kant fez da grandeza um princípio da Razão Pura, mais precisamente umaxioma da intuição”, mas não mantém imutável esse conceito. “A percepção de um objeto como fenômeno”, diz Kant, “só é possível por meio da unidade sintética da multiplicidade da intuição sensível dada, graças à qual a unidade da composição da multiplicidade homogênea é pensada no conceito de uma grandeza; os fenômenos são todos grandeza, aliás grandeza extensivas porque devem ser representados como intuições no espaço e no tempo”. Segundo Kant, dizer grandeza extensivas significa que “a representação das partes torna possível a representação do todo e por isso a precede”; conceito que torna a matemática aplicável aos objetos da experiência (Crít. R. Pura, Anal. dos princ, cap. II, seç. III, 1). Tudo isso significa que a grandeza é uma quantidade empírica que pode ser aplicada à matemática, ou seja, que é mensurável. No pensamento matemático moderno a relação entre a noção de grandeza e a de mensurabilidade se mantém, mas às vezes se inverte. É o que ocorre em Russell, para quem grandeza é a “propriedade que várias coisas mensuráveis podem possuir em comum”. E acrescenta: “A crença de que haja semelhante propriedade, pertencente a cada um dos termos de dado grupo, equivale logicamente à crença de que haja uma relação simétrica e transitiva entre os componentes de cada par de termos desse grupo” (Human Knowledge, IV, 6; trad. it., p. 411) (v. quantidade). [Abbagnano]