Categoria: Espinosa, Baruch
-
(Chaui1981) Em várias ocasiões, Espinosa trata explicitamente da linguagem: no capítulo XVI da parte II do Breve Tratado, no Tratado da Reforma da Inteligência, nos livros II e IV da. Ética e no capítulo VII do Tratado Teológico-Político. Além dessas referências mais alongadas, encontramos outras, mais curtas e esparsas, nos Pensamentos Metafísicos, no livro III…
-
affectio; v. pathos Demonstração: O ser da substância (pela Prop. preced.) não pertence à essência do homem. Esta, portanto (pela Prop. 15 da parte 1), é algo que é em Deus e que sem Deus não pode ser nem ser concebido, ou seja (pelo Corol. da Prop. 25 da parte 1), uma afecção [affectio], ou…
-
1. — Quando a experiência me ensinou que os acontecimentos ordinários da vida são fúteis e vãos e me apercebi de que tudo que era para mim causa ou objeto de receio não tem em si mesmo nada de bom ou de mau, a não ser na medida da comoção que excita na alma, resolvi,…
-
Na Ética (de Espinosa) é afirmada a imanência da substância absolutamente infinita aos seus efeitos como a nervura que sustenta todas as coisas singulares e faz com que se comuniquem, articulando-se umas às outras. A substância se autoproduz na autoprodução de seus infinitos atributos infinitos (ou infinitas ordens infinitas de realidade que agem em uníssono)…
-
Convite à leitura crítica de um texto extraído de (CHAUI, Marilena. Desejo, paixão e ação na ética de Espinosa. São Paulo: Editora Schwarcz, 2011, p. 86-87. Entretanto algumas recomendações são pertinentes nesta leitura: 1) não tomar referências a um “agente” como a um “sujeito”, e nem pronomes pessoais, como “nosso”, como “personalizações”. E mais importante,…
-
II. Pelo nome de ideia entendo aquela forma de qualquer pensamento por cuja percepção imediata sou cônscio desse mesmo pensamento. De tal maneira que eu nada possa exprimir com palavras, entendendo o que digo, sem que por isso mesmo seja certo estar em mim a ideia do que é significado com aquelas palavras. E assim,…
-
(1) Assim vemos que o homem, como parte da Natureza inteira, da qual depende e pela qual também é governado, não pode fazer nada por si mesmo para sua salvação e seu bem-estar. Vejamos agora quais são as maiores utilidades que podem nos aportar as nossas proposições ; tanto mais que, sem nenhuma dúvida, a…
-
II. Pelo nome de ideia entendo aquela forma de qualquer pensamento por cuja percepção imediata sou cônscio desse mesmo pensamento. De tal maneira que eu nada possa exprimir com palavras, entendendo o que digo, sem que por isso mesmo seja certo estar em mim a ideia do que é significado com aquelas palavras. E assim,…
-
Ao contrário de Schopenhauer, que faz da vontade o pilar numênico de seu sistema filosófico, vendo-a como a coisa-em-si, Spinoza a considera tão-somente como uma ideia persistente que “ocupa o espaço mental”. Assim como dois corpos não podem ocupar a mesma extensão do espaço, as ideias, obedecendo à mesma ordem e conexão das coisas materiais,…
-
Separando autor e obra, menosprezando o juízo do autor, perdendo a singularidade da ação produtora e de seu efeito singular, a imaginação realiza três operações que Espinosa analisa no Compêndio de gramática hebraica ao mostrar como se dá a passagem de um verbo ou significado de ação à cristalização imóvel de um adjetivo que, a…
-
Como alcançar o sentido de textos escritos numa língua de que se perderam palavras, expressões idiomáticas e ornatos, em que o sentido de inúmeros vocábulos tornou-se incompreensível e da qual “não dispomos de dicionário, gramática nem retórica”? Com que forças venceremos “o tempo voraz que tudo abole da memória dos homens”?1 Com essas indagações, que…
-
Na Ética [de Espinosa] é afirmada a imanência da substância absolutamente infinita aos seus efeitos como a nervura que sustenta todas as coisas singulares e faz com que se comuniquem, articulando-se umas às outras. A substância se autoproduz na autoprodução de seus infinitos atributos infinitos (ou infinitas ordens infinitas de realidade que agem em uníssono)…
-
Hoje faremos uma pausa em nosso trabalho sobre a variação contínua, e voltaremos provisoriamente, por uma sessão, à História da Filosofia, sobre um ponto muito preciso. É como um corte, pedido por alguns de vocês. Esse ponto muito preciso concerne a isto: o que é uma Ideia e o que é um Afeto em Spinoza?…
-
1) Depois de, anteriormente, ter demonstrado a existência de Deus, chegou agora o momento de mostrar o que ele é. É um ser do qual tudo, ou infinitos atributos são afirmados1, atributos cada um deles infinitamente perfeito no seu gênero. 2) Para exprimir claramente o nosso pensamento sobre esta matéria, devemos, em primeiro lugar, enunciar…
-
Proposição 2. Se separamos uma emoção do ânimo, ou seja, um afeto, do pensamento de uma causa exterior, e a ligamos a outros pensamentos, então o amor ou o ódio para com a causa exterior, bem como as flutuações de ânimo, que provêm desses afetos, serão destruídos. Demonstração. Com efeito, o que constitui a forma…
-
Escólio. Vemos, assim, como a natureza dos homens está, em geral, disposta de tal maneira que eles têm comiseração pelos que vão mal; e inveja pelos que vão bem, com um ódio que será tanto maior (pela prop. prec.) quanto mais amarem a coisa que imaginam ser objeto de desfrute de um outro. Vemos, além…
-
Escólio. Por bem compreendo todo gênero de alegria e tudo o que a ela conduz e, especialmente, aquilo que aplaca uma saudade, qualquer que ela seja. Por mal, em troca, compreendo todo gênero de tristeza e, especialmente, aquilo que agrava uma saudade. Com efeito, demonstramos anteriormente (no esc. da prop. 9) que não desejamos uma…
-
Mas a potência humana é bastante limitada e infinitamente superada pela potência das causas externas; e por isso não temos um poder absoluto de adaptar para nosso uso as coisas que estão fora de nós. No entanto, suportaremos com igual ânimo as coisas que nos ocorrerem contra o que postula a regra da nossa utilidade…
-
Passo, por fim, à outra parte da ética, que trata da maneira, ou seja, do caminho que conduz à liberdade. Nesta parte, tratarei, pois, da potência da razão, mostrando qual é o seu poder sobre os afetos e, depois, o que é a liberdade ou a beatitude da mente. Veremos, assim, o quanto o sábio…
-
1. Os filósofos concebem os afetos com que nos debatemos como vícios em que os homens incorrem por culpa própria. Por esse motivo, costumam rir-se deles, chorá-los, censurá-los ou (os que querem parecer os mais santos) detestá-los. Creem, assim, fazer uma coisa divina e atingir o cume da sabedoria quando aprendem a louvar de múltiplos…