Em oposição ao “Ser”, a ação vê “em todo o universo apenas o humano como centro de todas as relações, como condição de todo ser e causa de todo vir-a-ser”1. A ação nunca chega ao “Ser”, “onde todo conflito cessa, onde Tudo é Um”2. A ação traz consigo uma ausência de ser. Hölderlin torna o si, o sujeito da ação, responsável pelo conflito permanente, pela perda do “Ser”: “A unicidade sagrada, o Ser, no sentido único da palavra, perdeu-se para nós […]. Arrancamo-nos do Hen kai Pan [Totalidade única] do mundo a fim de produzi-lo pelo nosso si. Estamos separados da natureza, e aquilo que antes, como se pode crer, era Um, está agora em conflito”3. O “Ser” como beleza se deve à synagogé, à “reunião no Uno” (GA52:177). Falta beleza ao mundo enquanto a reconciliação, a paz infinita, estiver ausente. Hölderlin anseia por aquele “reino” “onde reinará a beleza”4.
- SCHLEIERMACHER. Über die Religion. Op. cit., p. 79.[↩]
- HÖLDERLIN, F. Sämtliche Werke. Vol III. Ed. F. Beissner, Stuttgart, 1958, p. 236.[↩]
- Ibid.[↩]
- HÖLDERLIN, F. Sämtliche Werke. Vol III. Ed. F. Beissner, Stuttgart, 1958, p. 237[↩]